ATA DA CENTÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 05-11-2008.

 


Aos cinco dias do mês de novembro do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Beto Moesch, Carlos Comassetto, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Neuza Canabarro, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, João Batista Pirulito, João Bosco Vaz, José Ismael Heinen, Marcelo Danéris, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Nilo Santos e Valdir Caetano. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 232/08 (Processo nº 5690/08); pelo Vereador Professor Garcia, o Projeto de Lei do Legislativo nº 237/08 (Processo nº 5800/08). Também, foram apregoados os Ofícios nos 916, 917 e 918/08, do Senhor Eliseu Santos, Prefeito Municipal de Porto Alegre, em exercício, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 016, 017 e 018/08 (Processos nos 6187, 6188 e 6189/08, respectivamente). Na ocasião, foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: nos 120 e 132/08, de autoria do Vereador Beto Moesch, respectivamente ontem e hoje, em atividades comemorativas ao qüinquagésimo terceiro aniversário do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, e amanhã, no ato de inauguração da Praça Loteamento Frederico Mentz, às nove horas e trinta minutos, no Paço Municipal, em Porto Alegre; nº 044/08, de autoria do Vereador Maurício Dziedricki, ontem, na solenidade de abertura oficial da Semana Municipal de Ciência e Tecnologia, às dezesseis horas, em Porto Alegre. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Octogésima Terceira e Octogésima Quarta Sessões Ordinárias. A seguir, tendo em vista Licença para Tratar de Interesses Particulares do Vereador Adeli Sell, no dia de hoje e amanhã, aprovada na Nonagésima Oitava Sessão Ordinária, o Senhor Presidente declarou empossado na vereança, no mesmo período, o Suplente Mauro Pinheiro, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Ainda, foi apregoada Declaração firmada pela Vereadora Margarete Moraes, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento do Suplente Gerson Almeida em assumir a vereança hoje e amanhã, em substituição ao Vereador Adeli Sell. Após, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Professor Garcia, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, nos dias de hoje e amanhã, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente João Batista Pirulito, após a entrega de seu Diploma e Declaração de Bens, bem como a prestação do compromisso legal e indicação do Nome Parlamentar, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Também, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Haroldo de Souza, Líder da Bancada do PMDB, informando o impedimento do Suplente Airto Ferronato em assumir a vereança hoje e amanhã, em substituição ao Vereador Professor Garcia. Em prosseguimento, foi apregoado comunicado de autoria do Vereador João Batista Pirulito, informando que Sua Excelência passa a integrar o Partido do Movimento Democrático Brasileiro a partir do dia quatro de novembro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Kevin Krieger discorreu sobre o trabalho realizado por Sua Excelência como Secretário Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana. Nesse sentido, destacou ações desenvolvidas para melhoria da Guarda Municipal de Porto Alegre, em especial a compra de veículos e equipamentos e programas implementados com vistas à motivação, treinamento e qualificação profissional dos servidores que atuam na área da segurança. Após, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL à Vereadora Sofia Cavedon, que relatou sua participação, em Representação Externa deste Legislativo, do dia vinte e nove de outubro ao dia três de novembro do corrente, em atividades integrantes do “Proyecto Escuela Ciudadana”, em Santiago, no Chile. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Margarete Moraes declarou que os setores democráticos do mundo estão de parabéns, em face da eleição do Senhor Barack Obama como Presidente dos Estados Unidos da América, classificando como retrógradas e beligerantes as políticas econômicas e sociais empreendidas pelo atual Presidente daquele país, George Walker Bush. Ainda, posicionou-se contrariamente à votação, no corrente ano, do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08. O Vereador Luiz Braz leu texto de sua autoria, intitulado “O homem mais poderoso do mundo”, em que saúda a eleição do Senhor Barack Obama como Presidente dos Estados Unidos da América. Sobre o tema, considerou ser esse fato um símbolo do processo de mudanças que hoje se verifica naquele país, devendo influenciar positivamente outras nações do mundo, inclusive o Brasil, como o incentivo de movimentos contra a discriminação e o preconceito racial. O Vereador José Ismael Heinen agradeceu o recebimento, por parte de uma assessora de seu gabinete, do livro “Nunca desista de seus sonhos”, de autoria de Augusto Cury. Também, discorreu acerca do processo eleitoral estadunidense, realizado no dia de ontem, comentou diferenças existentes entre as ideologias de cunho socialista e liberal e considerou que os Estados Unidos da América são um exemplo de democracia para o mundo, onde as minorias partidárias e raciais têm liberdade. A seguir, nos termos do § 8º do artigo 12 do Regimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador João Batista Pirulito, que agradeceu os votos dos eleitores que o conduziram à suplência nas eleições do ano de dois mil e quatro. Ainda, apontou melhorias realizadas na Zona Norte durante o mandato do Prefeito José Fogaça. Finalizando, conclamou os Vereadores eleitos para a próxima Legislatura a auxiliarem na melhoria das condições de vida das camadas sociais mais pobres da população. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Alceu Brasinha defendeu o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08, que classifica como Empreendimento de Impacto de Segundo Nível o projeto de revitalização do trecho da Orla do Guaíba localizado na UEU 4036, denominado Pontal do Estaleiro. Nesse sentido, sustentou que a rejeição a esse Projeto e a mudanças urbanísticas para aquela área é oriunda de uma postura antiprogressista de parte da população porto-alegrense. O Vereador João Bosco Vaz rechaçou as ações do Coronel Paulo Roberto Mendes, Comandante-Geral da Brigada Militar, em relação a protestos realizados em Porto Alegre, opinando que manifestações organizadas de forma ordeira e silenciosa não representam motivo para serem reprimidas pela força policial. Também, ressalvando que admira a presença desse militar na linha de frente das operações da Brigada Militar, questionou a postura da Governadora Estadual Yeda Crusius em relação ao assunto. Em continuidade, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Carlos Todeschini e da Vereadora Margarete Moraes, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Legislativo 125/08 (Processo nº 3121/08). Também, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Nereu D’Avila, Líder da Bancada do PDT, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/08 (Processo nº 3912/08). Ainda, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Nereu D’Avila, solicitando que a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo, nº 008/08 fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, o Vereador Carlos Comassetto criticou as ações desenvolvidas pelo Coronel Paulo Roberto Mendes, Comandante da Brigada Militar, de repressão às manifestações contra a Governadora Yeda Crusius, realizadas na Praça da Matriz, questionando a sugestão desse Comandante, de centralizar no Teatro Pôr do Sol os atos públicos de protesto, e declarando que os efetivos da Brigada Militar deveriam se ocupar do combate à criminalidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, o Vereador Luiz Braz defendeu a postura adotada pelo Comandante-Geral da Brigada Militar, opinando que esse Oficial é íntegro e competente no cumprimento de suas funções. Sobre o assunto, alegou que a democracia pressupõe o respeito às pessoas, à Lei e ao patrimônio público e que, nesse sentido, o Coronel Paulo Roberto Mendes, à frente dessa Corporação, tem tido um comportamento correto e exemplar. Após, o Senhor Presidente convidou os Senhores Vereadores o lançamento do livro “O Senado em Crise e o Desprestígio das Instituições”, de autoria do Senador Pedro Simon, a ser realizado amanhã, às quinze horas e trinta minutos, no Pavilhão Central da Feira do Livro de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei reportou-se à reunião realizada ontem na Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação desta Casa, para tratar da ocupação das encostas do morro São Pedro, explicando que a comunidade do local está mobilizada na busca de soluções para o problema. Além disso, contraditou as políticas do Governo do Estado na área da segurança pública, afirmando que está havendo criminalização dos movimentos sociais por parte da Brigada Militar. O Vereador Haroldo de Souza contestou as manifestações de protesto realizadas nas galerias desta Casa na semana passada, por ocasião da apreciação do Projeto de Lei que trata do Pontal do Estaleiro, justificando que os excessos cometidos na ocasião não fazem parte da democracia. Ainda, reafirmou seu apoio à Brigada Militar como instituição, fazendo ressalvas, no entanto, aos atos de contenção de protestos públicos contra o Governo do Estado, por considerá-los legítimos. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, o Senhor Presidente informou que seria realizada reunião da Mesa Diretora com o Colégio de Líderes após a presente Sessão, no Gabinete da Presidência, e que o Senhor Ricardo Gothe, Secretário do Planejamento Municipal, comparecerá na Sessão Ordinária de amanhã, a fim de prestar esclarecimentos acerca do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08, que trata da urbanização de área conhecida como Pontal do Estaleiro. Também, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Luiz Dexheimer, ex-funcionário da Câmara Municipal de Porto Alegre. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 001/08, considerando-se mantido o Veto Total oposto, por treze votos SIM, treze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pelos Vereadores Carlos Todeschini e Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Guilherme Barbosa, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro e Sofia Cavedon, Não os Vereadores Alceu Brasinha, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Batista Pirulito, João Bosco Vaz, Kevin Krieger, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro e Sebastião Melo e tendo optado pela Abstenção o Vereador José Ismael Heinen. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 001/08, o Vereador Aldacir Oliboni cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Carlos Todeschini. Em Votação, foram apreciados conjuntamente e aprovados os Requerimentos nos 091 e 092/08. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 046/08, por vinte e cinco votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores Carlos Comassetto, Aldacir Oliboni, Dr. Goulart e Luiz Braz, em votação nominal solicitada pelo Vereador Claudio Sebenelo, tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, João Batista Pirulito, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Kevin Krieger, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Em continuidade, os Vereadores Elias Vidal e Ervino Besson registraram a intenção de votar favoravelmente ao Projeto de Lei do Executivo nº 046/08. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 021/08, com ressalva da Emenda aposta, por dezesseis votos SIM e quatro votos NÃO, após ser discutido pelo Vereador João Carlos Nedel, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Alceu Brasinha, Beto Moesch, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Batista Pirulito, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Kevin Krieger, Luiz Braz, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Neuza Canabarro e Nilo Santos e Não os Vereadores Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo e Haroldo de Souza e a Vereadora Maristela Maffei. Foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 021/08. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 125/08, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Beto Moesch, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Guilherme Barbosa, Margarete Moraes e Haroldo de Souza, teve sua discussão adiada por três Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Carlos Todeschini. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 237/07, o qual teve sua discussão suspensa, em face da inexistência de quórum deliberativo, constatada em verificação de quórum solicitada pelo Vereador Nereu D’Avila. Após, o Senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Na oportunidade, o Vereador Luiz Braz formulou Questão de Ordem em relação ao quórum necessário para continuidade da discussão geral de matérias na Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 286/07, 201 e 241/08; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 015/08 e os Projetos de Lei do Legislativo nos 234 e 239/08. Às dezessete horas e quatro minutos, o Senhor Presidente informou que nada mais havia a tratar e declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Claudio Sebenelo e Ervino Besson e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Já votamos, na Sessão anterior, a Licença do Ver. Adeli e declaramos empossado o Ver. Mauro Pinheiro, que integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul - CEFOR -, nos dias 05 e 06 de novembro, em função da impossibilidade de o Ver. Gerson Almeida assumir.

O Ver. Professor Garcia solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares nos dias 05 e 06 de novembro. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o pedido de Licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

De imediato, a Mesa convida o Ver. João Batista Pirulito, que assumirá no lugar do Ver. Professor Garcia, em função da impossibilidade de o Ver. Airto Ferronato assumir, a prestar o juramento. Solicito que os Vereadores, em pé, ouçam o compromisso que o Ver. João Batista Pirulito prestará a seguir.

 

O SR. JOÃO BATISTA PIRULITO: “Prometo cumprir a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, defender a autonomia municipal, exercer com honra, lealdade e dedicação o mandato que me foi conferido pelo povo.” (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito que entregue à Mesa seu Diploma e a Declaração de Bens.

 

(Procede-se à entrega do Diploma e da Declaração de Bens.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Seja bem-vindo à nossa Casa. (Lê.) “O Vereador signatário vem, respeitosamente, pelo presente instrumento, requerer inclusão do seu nome na Bancada do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, PMDB, a partir desta data. Sala das Sessões, 04 de novembro de 2008. João Batista Pirulito, Vereador do PMDB.”

O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. KEVIN KRIEGER: Eu quero, inicialmente, saudar o Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Sebastião Melo; saúdo também os Vereadores e Vereadoras desta Casa, os senhores e as senhoras.

Na minha primeira estada na Câmara de Vereadores, Presidente, eu quero aproveitar e agradecer ao meu Líder, Ver. Nedel, pelo espaço que está me concedendo, por meio do qual posso agradecer a todos os eleitores que me colocaram na Câmara de Vereadores no próximo mandato. E aproveito a oportunidade para mostrar algumas das ações desenvolvidas durante o meu mandato na Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana.

Quando eu assumi, nós tínhamos uma Guarda Municipal desmotivada e com a auto-estima lá embaixo. Durante os três anos e três meses em que estive lá - agora é o Secretário Marco Seadi, que está dando continuidade aos projetos -, nós tínhamos na Secretaria três carros em funcionamento, Sebastião Melo, para toda a Guarda Municipal atender a população de Porto Alegre. Hoje temos 29 carros novos, 17 motos, e agora chegou um ônibus para a Guarda Municipal de Porto Alegre. A Guarda Municipal, que sempre defendeu o patrimônio público da cidade de Porto Alegre, nunca tinha tido o seu patrimônio, a sua sede. Hoje tem sua sede; nela funciona o Centro de Treinamento e Formação, com salas de aula, com academia de ginástica para que eles possam se preparar fisicamente e atender melhor o nosso cidadão de Porto Alegre, e vários cursos são desenvolvidos nesse espaço, a fim de que a Guarda realmente possa melhor se desenvolver.

Ressalto que, dentro da nossa administração, fomos a segunda cidade do País a entregar o porte de arma totalmente legalizado à Guarda Municipal, de acordo com o Estatuto do Desarmamento. Fizemos o treinamento do emprego e do uso da arma de fogo na Academia da Brigada Militar, encaminhamos um Projeto do Executivo ao Legislativo para a criação da Corregedoria e da Ouvidoria da Guarda Municipal, Projeto que a Casa aprovou por unanimidade. Também fizemos todos os testes psicológicos e psicotécnicos. Hoje temos 150 guardas municipais podendo utilizar o armamento na cidade de Porto Alegre, prestando um melhor serviço para a nossa sociedade, Ver. Ervino.

Implementamos o Programa Vizinhança Segura, um projeto inovador na cidade de Porto Alegre, porque até então a Guarda Municipal simplesmente prestava o serviço do patrimônio público dentro das escolas, dentro dos postos de saúde, dentro das Secretarias, dentro dos locais públicos da nossa Cidade. Hoje a Guarda Municipal desenvolve um trabalho nas praças e nos parques; com certeza, estamos gerando muito mais segurança e conforto para os cidadãos e para as famílias que freqüentam esses espaços públicos.

Também criamos o Disque-Pichação, que atende a toda nossa sociedade. Já prendemos mais de 185 pichadores em flagrante na cidade de Porto Alegre, inclusive, hoje, às 10 horas, foi preso mais um pichador, ele tentava pichar a Usina do Gasômetro. Em parceria com a SMAM, desenvolvemos o Programa Vizinhança Segura em um processo de articulação entre todas as Secretarias.

Esses foram alguns dos projetos que implementamos à frente da Secretaria. Cito também o Núcleo de Ações Preventivas, que desenvolve um trabalho interessante dentro das escolas municipais; a construção do Estúdio Multimeios; em relação ao Programa Telecentros, que era da Administração anterior, demos continuidade, melhoramos, equipamos com 400 computadores novos, abrimos oportunidade para 120 jovens acessarem o mercado de trabalho.

E aproveito para agradecer, mais uma vez, ao meu Líder, Ver. João Carlos Nedel, pelo espaço, por poder utilizar esta tribuna. Honra-me muito poder estar aqui no ano que vem com vocês. Um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Ervino Besson assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito obrigado, Ver. Kevin Krieger.

A Verª Sofia está com a palavra em Tempo Especial.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Ervino Besson; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu acho que é fundamental compartilhar com vocês e com o público que assiste aos trabalhos desta Casa a possibilidade que tive de me aproximar da história, da cultura, da situação política e, especialmente, da educação no Chile. Gostaria de compartilhar porque é um país da América Latina com uma história semelhante à nossa, semelhante à história de todos os países da América Latina, em que a colonização, a ditadura militar impediram o desenvolvimento democrático. São histórias muito semelhantes a do Brasil, a da Argentina, mostrando que um povo consegue, quando tem espaço, democracia, com a liberdade de expressão, enfrentar e resolver os seus problemas. Eu pude assistir a isso no Chile. Não deixarei de fazer, no final, algumas observações sobre a questão do Plano Diretor, porque acho que temos polêmicas muito semelhantes a eles.

Queria trazer alguns dados importantes que me surpreenderam. Em dois anos de presidência da Michelle Bachelet, tivemos uma mudança no Chile de indicadores na ocupação laboral, como dizem, das mulheres, do percentual que as mulheres ocupam no mercado de trabalho, algo que, há dois anos e meio, era de 30%. O que foi detectado é que o Chile não tinha creches, não era um problema de qualificação, não era um problema de vontade, mas, sim, a necessidade de as mulheres cuidarem dos seus filhos. A nova Presidente, em dois anos, dobrou o número de creches que atendem crianças de 0 a 3 anos de idade no Chile. Eram 1.600 há dois anos, e hoje se comemoram mais 1.700 creches no Chile. Isso resultou - é isso que eu acho interessantíssimo - no avanço de 30% para 41% de participação das mulheres no mercado de trabalho, o que é uma política acertada e bem pensada a partir da realidade do país.

E quero trazer outros elementos que me parecem muito interessantes. Junto com essa questão do avanço da Educação Infantil, o Chile, Verª Neuza, já universalizou o ingresso no que eles chamam de pre-kinder - a partir dos três anos e sete meses e dos quatro anos e sete meses, já há vagas para todas as crianças. Não é obrigatório ainda, mas todas as crianças que querem ou que precisam freqüentam o que nós consideraríamos pré-escola, e, no Chile, a educação básica já é obrigatória a partir dos cinco anos e sete meses. Claro que nem tudo são flores. O índice de 97% de alfabetizados no Chile orgulha o nosso índice de Porto Alegre, pois, quando terminamos a Administração Popular, esse índice aqui também já era de praticamente 97%. Tínhamos três vírgula alguma coisa por cento de analfabetismo em Porto Alegre, pelo forte movimento de alfabetização que imprimimos aqui, e eu não conheço novos dados que digam que esse índice tenha melhorado.

Mas, ao lado disso, a educação básica no Chile sofre com a municipalização. No Chile, Pinochet intensificou a municipalização de toda a educação básica sem os respectivos recursos. Há um movimento nacional, principalmente levado pelos estudantes secundaristas, que questiona e quer que todas as escolas públicas de educação básica tenham a mesma qualidade das escolas privadas de lá. Eu lia, nos jornais, uma avaliação, inclusive dos alunos na universidade, dizendo que 30% desses que são egressos do ensino público-privado têm dificuldades com uma boa elaboração e argumentação na escrita.

Então, há um questionamento da municipalização seriíssimo, porque os Municípios recebem, por aluno, uma subvención, uma subvenção, que não é suficiente, que é utilizada para pagamentos de professores, mas todos os custos de manutenção e investimentos são do Município, e, para isso, faltam recursos. Há um movimento nacional discutindo qualidade, formação de professores, necessidade de investimentos nos Municípios.

Eu quero fazer uma observação muito rápida em relação ao Ensino Superior. Todo o Ensino Superior no Chile é pago. Há Ensino Superior privado e público, mas o público também é pago, há um sistema muito grande e largo de bolsas que são concedidas a partir das notas e do desempenho dos alunos durante a educação básica, a partir da etnia, regiões rurais, etc., ou seja, há um grande espaço de ingresso do Ensino Superior no Chile.

E termino fazendo uma provocação aqui sobre duas matérias que li a respeito do Plano Diretor. Na cidade de Valparaíso, um patrimônio cultural declarado pela Unesco, há uma polêmica sobre o novo Alcaide eleito, que irá organizar um comitê para estudar medidas de proteção ao patrimônio cultural construído na Cidade. É um patrimônio belíssimo de uma cidade portuária, cidade de início da colonização e que convive hoje entre espigões que tiram a paisagem; há um crescimento exacerbado, e a população está lutando. Vejam que este é um fenômeno mundial - a luta pelo equilíbrio entre a preservação cultural e o desenvolvimento -, assim também ocorre em Santiago, onde grandes edifícios começam a tapar a visão da Cordilheira dos Andes. Há uma polêmica no sentido de buscar regras, de buscar harmonia.

Enfim, quero deixar registrado que valeu como pós-graduação essa estada no Chile, contribuiu muito para a atuação parlamentar; agradeço a Casa por me permitir representá-la. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Obrigada, Ver. Ervino Besson, na presidência dos trabalhos. Hoje eu acredito que setores democráticos e progressistas do mundo todo estão de parabéns, assim como o pastor Jesse Jackson, Senador negro norte-americano, que chorou ontem; esse pastor já concorreu à presidência, em nome da causa dos direitos humanos, da igualdade racial nos Estados Unidos. Finalmente, depois de quarenta anos, se inicia o sonho de Martin Luther King, que queria um mundo diferente, onde as pessoas não fossem julgadas pela cor da sua pele, mas, sim, pela firmeza de seu caráter. Ele assim dizia e foi assassinado porque lutava pela igualdade racial.

Os Estados Unidos elegeram Barack Obama, o primeiro negro Presidente da mais poderosa nação do mundo. Lá o voto não é obrigatório, mas, ao contrário dos anos anteriores, houve uma forte presença nas urnas, presença nunca vista na história daquele país. Por outro lado, George W. Bush entra para a história com uma passagem absolutamente nefasta; foi o Presidente mais conservador daquele país, mais conservador do que o seu próprio pai. George W. Bush promoveu o retrocesso dos direitos civis nos Estados Unidos. E tudo o que acontece naquele país, de bom ou de ruim, infelizmente passa para o resto do mundo. Ele foi promotor de duas guerras e agora é autor do desmoronamento da economia americana e também da economia do resto do mundo, essa economia baseada no lucro financeiro e no investimento imobiliário, sobretudo na Europa e na Ásia.

Nos Estados Unidos, a esperança venceu o medo, e as mudanças vão começar. Nós temos muita expectativa de que, em relação aos países da América Latina, haja uma mudança na Organização Mundial do Comércio, porque nós, povos da América Latina - e o Brasil tem lutado muito por isso -, nos colocamos contra as políticas protecionistas dos mais poderosos, que impedem o equilíbrio daqueles que falam no livre comércio internacional, porque eles dão subsídio para os seus, Ver. Carlos Comassetto, e os países que não são os mais poderosos não conseguem levar os seus produtos para fora, como o Brasil. O Partido dos Trabalhadores tem uma expectativa muito forte de que se levante também o bloqueio econômico a Cuba, um fato inadmissível em 2008. Embora compreendendo todo o conservadorismo da sociedade norte-americana, nós apostamos no sentido de que as relações internacionais sejam mais equilibradas, sejam de igual para igual, e não de um poderoso contra um povo submisso.

Em relação ao Pontal do Estaleiro, e a sua tramitação será debatida pela Mesa e pelas Lideranças, tenho certeza de que essa discussão, essa polêmica vem ganhando a sociedade porto-alegrense. Inclusive, o Jornal Correio do Povo, na sexta-feira, fez um editorial com o qual nós, que somos contrários ao Projeto, concordamos, pois foi muito feliz, assim como o texto do jornalista Juremir Machado da Silva. Como outros Vereadores desta Casa, Ver. João Bosco Vaz, nós também achamos que não há condições, que este ano não é o momento propício para a votação do Projeto na Cidade, porque não há consenso, há uma tensão muito grande dos dois lados, nós estamos no fim de mandato, iniciaremos uma nova legislatura em 2009. Portanto, esta Casa deveria ter bom senso e jogar esse Projeto para discussão, quem sabe para o Executivo enviar - eu acho que deveria ser assim -, mas tomar uma decisão de consenso de não votarmos o Pontal do Estaleiro neste ano, sob pena de esta Casa ser desmoralizada com os mandados de segurança, por marcar e adiar. Vamos excluir esse Projeto da Pauta em 2008, e, na próxima legislatura, será outra história, outra discussão. Obrigada, Ver. Ervino.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Ervino Besson, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, ontem à tarde, prevendo a vitória de Barack Obama nos Estados Unidos, nessa corrida para a presidência, nós escrevíamos um editorial para o nosso jornal O Guia de Vantagens, de circulação restrita a três bairros da Cidade, o qual faço questão de reproduzir. “O Homem Mais Poderoso do Mundo” é o título do texto. (Lê.) “Pela primeira vez na história americana, os Estados Unidos terão um homem negro como Presidente. Barack Obama, representante dos democratas, venceu o duelo com John MacCain, republicano e decantado em verso e prosa pelo povo ianque como herói de guerra.

“Este, de acordo com os especialistas na matéria, é o mais evidente símbolo do processo de mudanças que ocorre naquela parte do mundo. Há algum tempo, num passado recente, seria impossível para um observador, em qualquer parte do globo, prognosticar um resultado tão surpreendente para uma cultura que nem mesmo admitia que negros entrassem pela porta da frente nos edifícios governamentais.

“Essa transição ocorrida nos Estados Unidos, com certeza, contagiará outras regiões do mundo, como é o caso do Brasil, acanhado ainda na sua política de igualdade racial, ação que, muitas vezes, determina uma detestável lentidão no que todos denominamos inclusão social. Aqui a inclusão é muito mais sofrida do que lá. Qual é a diferença? A resposta está no processo cultural de um e de outro povo; enquanto aqui os negros foram tratados como escravos, ajudando a enriquecer algumas famílias de pele branca, lá, apesar de todas as discriminações sofridas, o negro reagiu à dominação e exigiu seu espaço, lutando contra os selvagens da Ku Klux Klan, conseguindo também impor sua cultura.

“Não acredito que aqui no Brasil as cotas nas universidades resolvam os problemas, pois isso não passa de uma panacéia, ou uma tentativa de se tapar o rombo de uma represa usando a rolha de uma garrafa. Para que nós também possamos produzir lideranças negras ou brancas, assim como os americanos do norte produzem, precisamos melhorar o Ensino Fundamental e ajudar a família na sua integridade psicológica e material, dando oportunidade para os jovens, independente de raça ou religião. Infelizmente, nos dias atuais, o que se vê é uma escola pública de má qualidade, com professores que não têm, na atualização de conteúdos, a sua maior preocupação, e famílias destroçadas, tentando usar a escola como tábua de salvação para seus filhos.

“A vitória de Barack nos Estados Unidos certamente motivará as mudanças tão necessárias na sociedade. Mais pessoas, a partir desse resultado, começarão a acreditar que novos tempos poderão ser conquistados com esforço, competência e muita qualificação.”

Particularmente, eu estava torcendo muito para que esse negro pudesse realmente vencer as eleições americanas e para que os americanos, quem sabe, pudessem dar esta grande lição ao mundo inteiro, de que, realmente, negros e brancos, submetidos as mesmas oportunidades, são povos absolutamente iguais. O que falta, de fato, para os negros aqui no Brasil também assumirem o processo de liderança da nossa sociedade é exatamente essas oportunidades. E elas estão, com toda a certeza, vinculadas à melhora do Ensino Fundamental aqui na nossa terra.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Obrigado, Ver. Luiz Braz.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente da Câmara, Ver. Sebastião Melo; nobres Vereadores e Vereadoras: antes de tudo, quero dizer que recebi de presente da minha Assessora - que está se recuperando, ela está aqui conosco - um livro de um autor de que gosto muito, Augusto Cury. O título é muito sugestivo para nós todos: ”Nunca desista de seus sonhos”. Bonito! Obrigado, Professora Vera.

Meus amigos, é lógico que hoje, no mundo todo, existe apenas uma manchete, que é sobre as eleições nos Estados Unidos, dita e traduzida de diversas maneiras: “Yes, we can”, “Nós podemos mudar”, “Nós conquistaremos nossos sonhos” e assim por diante. Mister que se faça um ponto de reflexão, inclusive, no meio dessa crise internacional que nós estamos vivendo, sobre democracia, sobre esquerda, sobre direita, sobre igualdade, sobre liberdade. São os que diferenciam, os que se posicionam hoje de esquerda, os que se posicionam hoje de direita - não há nada de grave, nada que possa ser tachado de desonroso ser um político que defenda as idéias da direita ou que defenda as idéias da esquerda. As esquerdas socialistas, comunistas procuram uma igualdade, que todos sofram do mesmo bem, mas também que todos sofram do mesmo mal. Nada contra. Os da direita defendem a liberdade, defendem a individualidade de poder crescer, partindo dos preâmbulos da igualdade, fazendo a diferença através do seu esforço, do empreendedorismo, do meio privado. Enquanto que no socialismo se busca o Estado, dono dos indivíduos, no capitalismo se busca sobrepor o povo ao Estado.

Dito isso, outra coisa que se impõe neste momento são os Estados Unidos, tido por todos nós como a nação do mal do mundo, e essa nação acabou de nos dar uma lição do que é uma verdadeira democracia, que se contrapõe, em muito, a essas seitas de igualdade, às esquerdas, aos países de um Partido único, como uma Cuba, uma Rússia, uma Alemanha Oriental, uma Coréia do Norte e assim por diante, mas que se chamam de democracia. A mesma coisa, as direitas, a liberdade, os países ditos democráticos, capitalistas têm uma grande coisa, e isso não podemos deixar de levar em conta, que ao menos ter mais de um Partido, socialismo é um Partido único, a alternância no poder é que faz com as diferenças de uma nação cheguem a um consenso. Nos Estados Unidos, tivemos governos democratas e governos republicanos. Lá há equilíbrio entre aqueles que tentam fazer justiça social e igualdade e aqueles que buscam o progresso, a justiça da liberdade. Nunca houve, na história, mais do que dois mandatos para cada Presidente dos Estados Unidos - talvez, no máximo, três. Há alternância de poder entre dois Partidos, tão necessária para uma democracia justa, tão necessária para que as minorias também possam falar.

Digo que hoje, no mundo todo, nessa crise toda, os Estados Unidos - o povo americano, miscigenado, o povo preto em minoria, mas também com direito, naquele país tão criticado pelo mundo todo - nos dão uma lição do caminho democrático que temos de seguir. Não um Partido único, não um Partido da base amassando as oposições, usando as máquinas administrativas, fazendo como na Venezuela, como nos outros países socialistas, em que a imprensa também é fustigada, em que o Partido do Presidente tem que prevalecer, fazendo com que a democracia e a liberdade estejam em jogo. Os Estados Unidos nos dão uma demonstração de que podemos conviver desde que haja uma democracia de Partidos, desde que haja uma livre expressão, desde que haja uma imprensa livre e soberana. Aí teremos liberdade, teremos o direito de defesa dos nossos pensamentos e de expressar nossas convicções. Parabéns ao povo americano! Talvez tenha sido derrubado o último muro depois do de Berlim, o muro da diferença racial em todo mundo, através dessa grande nação que são os Estados Unidos, apesar da hegemonia mundial, que faz com que os países em desenvolvimento sofram.

Eram essas as considerações, e tomara que este País, o Brasil, nunca seja uma democracia de um único Partido, de um único Governo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Batista Pirulito está com a palavra em Tempo Especial.

 

O SR. JOÃO BATISTA PIRULITO: Ver. Sebastião Melo, Presidente desta Casa; todos Vereadores e Vereadoras aqui presentes, pessoal que está no Plenário, eu gostaria, através da minha simplicidade, com um nome tão simples, João Batista Pirulito, conhecido também por “Pirulito” na Zona Norte, de agradecer ao Ver. Airto Ferronato por esta oportunidade de assumir nesta Câmara no meio de pessoas tão ilustres, dignas, que defendem melhorias para Porto Alegre. Também gostaria de agradecer àquele povo simples que, em 2004, me colocou como suplente de Vereador nesta Casa, e às pessoas que, através de mim, ajudaram a eleger o nosso Prefeito José Fogaça, assim como o Ver. Professor Garcia.

Muitas pessoas dizem: “Pirulito, provavelmente tu és de direita.” Eu digo que não, que eu sou de centro-esquerda, porque estou no PMDB, um Partido em que fui bem recebido e me sinto bem. Esse Partido, através do nosso Prefeito, está realmente fazendo as melhorias que Porto Alegre tem o direito de ter. E quais são as melhorais? Eu moro na Vila Santo Agostinho há quarenta anos, e nós estávamos pleiteando um posto de saúde há vinte anos no Orçamento Participativo. Graças a Deus, com a influência do Prefeito, hoje temos o nosso posto de saúde lá. Estou olhando também para as casas dos papeleiros da Vila Santa Terezinha, casas que foram construídas. Estou olhando agora para o pessoal da Vila Dique, para o pessoal do bairro Sarandi, comunidades que serão transferidas para o meu bairro, para perto da minha Vila - a gente vai se dar bem.

Eu acho que nós, aqui nesta Câmara, temos que olhar também para as pessoas bem de vida. Temos de melhorar para eles, mas não podemos nos esquecer das pessoas humildes que moram naquelas vilas, que não têm emprego, que não têm casas, senhores. Hoje o modelo para comprar uma casa é assim: você vai e financia pelo Fundo de Garantia da Caixa Econômica - se alguém souber o contrário, diga-me. O problema é o seguinte: você trabalha, pega o Fundo de Garantia e quer comprar uma casa, mas, aí, você chega lá, você tem que ganhar três salários mínimos. O problema é que o salário mínimo é 415 reais. Às vezes, o piso sindical de um marceneiro, de uma trabalhadora no comércio é 535 reais. Ou seja, se juntar os dois salários, ainda não dá para comprar uma casa. Então, eu fico injuriado em função dessa situação.

Eu gostaria que esta Casa, que os Vereadores que trabalharão aqui - são Vereadores dignos, gente boa - olhassem para esse povo que sofre, para esse povo que não tem condições de comprar uma moradia. Às vezes, os filhos se viciam em crack... Eu participo disso daí, não fumando, não bebendo, mas falando com eles. Eles dizem: “Pelego, o que é que vou fazer, se eu não tenho nem para onde voltar à noite? O que é que tu queres que eu faça? Ou eu tenho que me embebedar ou partir para outras coisas”. Aí eu digo para eles: “Não, não façam isso, arrumem um emprego”. Mas eles me respondem: “Está difícil de arrumar emprego”. Então, eu estou acreditando, Srs. Vereadores, que vocês, nos próximos quatros anos, vão fazer tudo para ajudar essas pessoas de menos posses, vão ajudar o Prefeito Fogaça com os seus projetos - e eu sei que vão sair muitos projetos aqui da Câmara. Ajudando essas pessoas, vocês estarão ajudando o mundo, e Porto Alegre se tornará muito melhor. E também quero agradecer do fundo do meu coração, pois ficarei mais tranqüilo ao saber que a minha família - a minha situação é humilde, pobre -, que os meus filhos ficarão numa situação bem melhor. E eles só ficarão numa situação bem melhor, se as leis forem cumpridas, se nós tivermos mais empregos, mais condições de pagar moradias, e aí eu acho que Porto Alegre se tornará uma das melhores cidades do mundo. Acho que a intenção do Prefeito Fogaça, com a sua vontade, com o seu carisma, com a sua honestidade, é melhorar Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Obrigado, Ver. João Pirulito.

O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu venho a esta tribuna, mais uma vez, defender as idéias que o povo de Porto Alegre quer. Por quê? Por que nesta Cidade é tão difícil construir alguma coisa? Como é difícil! O Projeto Pontal do Estaleiro esteve durante dois anos e meio no Executivo e esteve mais sete meses nesta Casa, e estão achando que é pouco tempo! Sete meses! Sete meses não são 30 dias, não são 60, não são 90, não são 120 dias. São mais dias. Será que ainda não deu para analisar que daria para votar esse Projeto, Ver. João Bosco Vaz? Eu acho isso uma verdadeira vergonha. Por quê? O Projeto tramita dois anos e meio, mais sete meses, 210 dias, e acham que é pouco...! Quanto tempo então deve tramitar um Projeto para ser aprovado nesta Casa?! Quanto tempo?! Por isso que na rua todo mundo fala que os Vereadores não querem trabalhar! Não interessa se a matéria será aprovada ou não, Ver. Carlos Todeschini, o importante é botar em votação o Projeto! Se fosse um Projeto ruim, mas não, é um Projeto bom para a Cidade, vai dar criatividade, vai dar turismo, vai dar emprego, vai dar imposto, vai dar tudo! E aí existem pessoas que não querem o crescimento de Porto Alegre. É bonito nas outras cidades... Nós perdemos no turismo para cidades pequenas do Interior! Existem cidades aqui no Rio Grande que têm muito mais turismo do que Porto Alegre, que é a Capital dos gaúchos!

Eu quero dizer para vocês que é quase impossível querer ser um empreendedor dentro do Município de Porto Alegre, porque aqui tudo é difícil. Muito difícil. Quando se torna fácil, vem outro, coloca “pilha”, e a coisa fica difícil. Quando abriram a Av. Beira-Rio, houve manifestação popular! Todo mundo estava contra! E, aí, como seria Porto Alegre, hoje, sem a Av. Beira-Rio? Aliás, ela deve ser ainda duplicada ou quadruplicada para fluir o trânsito. Não serão os 900 carros que haverá no Pontal do Estaleiro, das pessoas que irão morar lá, que vão mudar o trânsito de Porto Alegre. Não serão.

O grande sonho de Porto Alegre... A gente vê nas outras cidades, a gente vê no Rio de Janeiro aqueles morros maravilhosos em que a gente sobe para curtir e fazer turismo... Aqui em Porto Alegre não se pode nem ir ao morro. Aqui não se pode, pois somos assaltados. E, mais ainda, Ver. João Bosco Vaz: não se pode mexer no morro. Por que aqui em Porto Alegre não se pode e, em outros lugares, sim? Porque lá, nos outros lugares, há pessoas com filosofia diferente e que pensam no crescimento da sua cidade. Florianópolis, Camboriú, Rio de Janeiro, Bahia... Muita gente vai a Buenos Aires curtir aquele porto maravilhoso - Puerto Madero -, acha bonito, traz fotos... Mas mexam no porto daqui para ver se não existirá um monte de gente querendo ser contra?!

Para mim, deveriam derrubar aquele morro imediatamente! Temos que mostrar para Porto Alegre o lago Guaíba, porque estamos de costas para ele. E eu, quando penso na Cidade, penso no conteúdo todo: quero crescimento, quero empregos, quero que Porto Alegre cresça e arranque em primeiro lugar no crescimento, no faturamento, no imposto... Ver. João Bosco Vaz, o senhor também encontrou muita dificuldade para fazer aquele belíssimo trabalho na Secretaria Municipal de Esportes, sem dinheiro. O senhor é um homem reconhecido e fez o trabalho, basta dizer que o senhor foi um dos mais votados daqui. Por quê? O senhor teve visão, trabalho e dignidade. Quero agradecer à minha Bancada, aos Vereadores do PTB, por terem me permitido usar o tempo de Liderança para me manifestar, sou favorável ao crescimento de Porto Alegre. Gostaria que houvesse mais Pontal do Estaleiro aqui em Porto Alegre para nós votarmos. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu levei um susto, Presidente, quando o Ver. Brasinha abriu a fala dizendo: “Venho aqui defender as idéias...” Aí eu pensei: “Será que são as do Coronel Mendes?” Levei um susto, pois tenho consciência de que nenhum cidadão desta Cidade, deste Estado vai concordar com a idéia do Coronel Mendes de querer proibir qualquer tipo de manifestação - pacífica, ordeira ou de reivindicação - na Praça em frente ao Palácio Piratini! Nem o Ver. Brasinha vai vir aqui defender isso! Não. Eu não quero acreditar que o Coronel Mendes queira proibir que se usem os locais públicos de Porto Alegre para qualquer tipo de manifestação. Aliás - aliás! -, na Rádio Gaúcha, ouvi o meu colega Cláudio Brito, Promotor de Justiça, falar no art. 5° da Constituição, que dá a possibilidade ao povo de se manifestar. Agora, eu ouvi alguém dizer: “Nenhuma manifestação é ordeira”. Como não é? A mãe do menino que foi assassinado criou uma fundação, houve uma caminhada de protesto ordeira, silenciosa. “Ah, mas há as que não são ordeiras, não são silenciosas.” Concordo. Aí a Brigada Militar vai intervir!

Agora, querer proibir manifestação, querer confinar as pessoas no Anfiteatro Pôr-do-Sol, que o então Secretário Beto Moesch não construiu para isso? Não, não! Vou repetir, Ver. Brasinha - me ouve, Brasinha, me ouve: nem V. Exª vai vir aqui defender isso. As pessoas podem fazer críticas, as pessoas podem se manifestar, e pode ser na Esquina Democrática, pode ser na Praça da Matriz, pode ser na frente da Câmara, da Prefeitura. Também não vou entrar em detalhes sobre a Audiência Pública que vai haver, ou houve, na Assembléia para ver o que o povo pensa a respeito. Olha, por favor, por favor, nós lutamos tanto para ter liberdade, nós lutamos tanto para ter liberdade de imprensa, para ter o direito de ir e vir, para poder se manifestar; agora, essa proposta partir do Comandante da Brigada Militar...! Querer confinar as pessoas no Anfiteatro Pôr-do-Sol! Olha, pode ser que eu esteja enganado - e não estou -, mas isso é um retrocesso para a sociedade. Isso é um retrocesso, uma intervenção no Estado de Direito; isso é uma intervenção no direito de ir e vir do cidadão, da cidadã.

Lembro que Collares, no seu Governo, enfrentou não sei quantos dias de greve dos professores, como outros Governadores também enfrentaram, Verª Neuza, e o Governador Collares nunca tomou qualquer atitude. Teve que trabalhar com aquela sineta batendo, dia e noite, na janela do Palácio Piratini; e naquele tempo o CPERS era forte, tinha força. Agora, não acredito que a Governadora esteja concordando com isso, que a Governadora apóie essa iniciativa. Eu duvido que a Governadora apóie isso. Admiro a maneira como o Coronel Mendes trabalha; é um homem de operação, está correto, vai na rua com os seus subordinados, está na linha de frente, isso é um exemplo da força, da guarida, dá estímulo aos seus comandados. É válido, é o primeiro Comandante que faz isso, que sai de dentro do gabinete. Isso é elogiável. Agora, propor o fim das manifestações e querer confinar todo mundo, em qualquer manifestação, no Anfiteatro Pôr-do-Sol é contra a Constituição, contra o direito de ir e vir, contra o Estado de Direito, contra o cidadão, contra a cidadã. Tenho certeza de que a Governadora não compartilha dessa idéia. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregôo a Emenda n° 01 ao PLL n° 125/08, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que proíbe a criação, a manutenção e alimentação de pombos domésticos em vias, praças, prédios e locais de acesso público na Zona Urbana do Município de Porto Alegre e estabelece penalidades para o seu descumprimento.

Apregôo a Emenda n° 01 ao PLCE n° 008/08, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que dispõe sobre a organização do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Municipal, nos termos do art. 31 da Constituição Federal e dos artigos 61 a 64 da Lei Orgânica do Município; cria a Controladoria-Geral do Município de Porto Alegre, definindo a sua estrutura e atribuições e dá outras providências.

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, solicitando dispensa do envio da Emenda n° 01 ao PLCE n° 008/08 às Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, senhoras e senhores, a política de Segurança Pública desenvolvida pelo Governo Yeda vem na contramão da afirmação da sociedade democrática, principalmente na postura do Comandante-em-Chefe da Segurança do Estado do Rio Grande do Sul, Coronel Mendes, que organiza, como postura e posição de Estado, uma política de criminalização dos movimentos sociais e dos movimentos reivindicatórios do nosso Estado. Como se não bastasse isso, ele vem, agora, com a postura de querer criar o “manifestródomo”, ou seja, “guetizar” todos os atos de manifestações públicas do Estado do Rio Grande do Sul no Anfiteatro Pôr-do-Sol.

Nesse sentido, quero aqui cumprimentar a colunista Rosane de Oliveira, que dedica grande parte da página 10, no jornal Zero Hora de hoje, para fazer uma crítica muito tranqüila e muito contundente à postura do Coronel Mendes. E o que ela diz, nossa Líder, Verª Margarete Moraes? Em uma de sua frases, diz que o melhor que o Coronel Mendes pode fazer pelo gaúchos é dedicar sua impressionante energia ao combate à criminalidade, preocupando-se menos com quem protesta contra o Governo ou contra a Governadora.

Nós precisamos afirmar, sim, o Estado Democrático. Ver. João Bosco Vaz, que me antecedeu e falou a respeito do tema também da criminalização dos movimentos sociais: o Coronel Mendes tem que reconhecer que, no mínimo, na cidade de Porto Alegre existem dois espaço públicos que são intocáveis sob o ponto de vista da afirmação da democracia, que são a Esquina Democrática e a Praça da Matriz. A Praça da Matriz, por exemplo, é o escoadouro, sim, dos movimentos sociais. Verª Neuza, V. Exª já foi do Governo do Estado, muitos protestos aconteceram no Governo do Alceu Collares, no Governo Britto, no Governo Olívio Dutra, no Governo Germano Rigotto. E agora a Governadora Yeda não quer mais ouvir e manda o seu algoz, Coronel Mendes, proibir, Verª Maristela Maffei, manifestações nos espaços de afirmação democrática, espaços a partir dos quais a sociedade pode fazer ecoar a sua voz até o Palácio Piratini, a fim de abrir o diálogo. A Praça da Matriz é o espaço do povo, a praça é do povo.

Portanto, eu trago esse tema e gostaria muito que o Coronel Mendes, Ver. Luiz Braz, da Governadora Yeda Crusius, informasse à Casa como é que vai repor os mais de dois mil brigadianos que faltam nas ruas de Porto Alegre hoje. Ver. Krieger, V. Exª foi da Secretaria de Segurança Urbana: como fará segurança urbana se não repõe a política e a estrutura de Estado para atender a população? Ele ainda prioriza a nossa prestigiosa Brigada Militar para colocar o seu efetivo na repressão aos movimentos sociais, não deixando que ocupem a Praça da Matriz. Agora quer “guetizar” aqui, no nosso vizinho Anfiteatro Pôr-do-Sol, todos os movimentos sociais. Para quem ouvir? Talvez para algum barqueiro, que esteja passando pelo Guaíba, ouvir os protestos e as manifestações públicas ordenadas, coordenadas; as pessoas têm o direito e o dever de se manifestar, principalmente quando os governantes não cumprem os seus compromissos ou não cumprem os seus programas de Governo.

Nesse caso, o Coronel Mendes tem muito mais com o que se preocupar, sim; preocupar-se com a Governadora Yeda, que está fechando as primeiras séries nas escolas de Ensino Fundamental, que não repõe a segurança e não dá estrutura à Brigada Militar para que ela faça o devido serviço de segurança urbana, reafirmando a democracia na Cidade e no Estado do Rio Grande do Sul. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, é uma pena que alguns Vereadores e Vereadoras desta Casa resolvam atacar um homem que tem demonstrado ser, realmente, um dos melhores profissionais na área em que atua. O Coronel Mendes, depois que assumiu o Comando da Brigada Militar, já mostrou a sua competência, a sua capacidade, mostra ser um homem extremamente íntegro e capaz de desenvolver a sua atividade. Só que, é claro, como qualquer ser humano, o Coronel Mendes acaba cometendo às vezes excessos, assim como algumas lideranças, no campo político, também acabam cometendo excessos.

Outro dia, Ver. Haroldo de Souza e meu amigo Pirulito, um grupo de pessoas resolveu invadir a Câmara Municipal, e, de uma forma violenta, eles passaram pela porta da Câmara empurrando os guardas, que estão aqui para tomar conta do patrimônio público, espancaram os guardas, fizeram pronunciamentos aqui, neste plenário, contra todos os Vereadores que estavam presentes - sem que nenhum Vereador pudesse reagir, Sr. Presidente -, e simplesmente, no outro dia, estavam dizendo que faziam aquilo em nome da democracia. Essa democracia não serve porque, se aquele grupo pode fazer a invasão da Câmara Municipal dessa forma, Ver. Haroldo de Souza, algumas outras lideranças podem invadir o Palácio do Governo, podem invadir a Assembléia Legislativa, pisoteando sobre o patrimônio público. Se essas pessoas acreditam que isso é democracia, acredito que estejam falando de alguma coisa que não conhecem.

Democracia realmente não é isso. Democracia, Verª Sofia Cavedon, é uma demonstração de respeito de uns para com os outros. No momento em que um grupo falta com o respeito para com outro grupo, nós não temos mais democracia. E aí precisa existir o Coronel Mendes, para poder fazer com que esses grupos, muitas vezes, de forma arruaceira, não depredem todo o patrimônio público, porque o patrimônio público é de todos nós! O patrimônio público é de toda a sociedade; precisamos, realmente, de alguém que seja capaz e competente na área da Segurança Pública, para fazer com que nós da sociedade possamos ter tranqüilidade. É impossível chamar de democracia aquele ato de invasão da Câmara que nós tivemos aqui ou outros atos de invasão da Câmara em outros períodos. E esses grupos, sempre em nome da democracia, acabam depredando o patrimônio público e acabam achincalhando quem é contra o seu pensamento.

Então, não podemos deixar que um homem honrado, íntegro, capaz, como o Coronel Mendes, seja simplesmente achincalhado na tribuna da Câmara por pessoas que não gostam dos seus atos de cuidar do patrimônio, que é de todos nós. Eu vou continuar - enquanto ele demonstrar essa honestidade, esse passado de decência, de competência - defendendo seus atos, porque ele, à frente da Brigada Militar, tem demonstrado que é realmente o homem indicado para cuidar da Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul. É claro que, como qualquer ser humano, comete lá os seus erros, Ver. João Bosco Vaz, e a gente reconhece.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Exato! Exatamente, comete os seus erros, mas esses erros, muitas vezes, Ver. João Bosco, são cometidos por causa dos exageros de determinados grupos que acham que podem bagunçar a sociedade.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço a manifestação.

O Senador Pedro Simon me ligou, hoje pela manhã, pedindo que eu fizesse a leitura de um convite que ele mandou à Presidência. Eu atendo o seu pedido, dizendo o seguinte: amanhã ele estará lançando, na Feira do Livro, o livro “Senado em Crise e o Desprestígio das Instituições”. Para os Srs. Vereadores que tiverem interesse, o convite já está nas suas caixas eletrônicas.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, na verdade o tema que eu gostaria de trazer a esta Casa hoje é sobre uma reunião que nós tivemos ontem na CUTHAB com a comunidade da 5ª Unidade da Vila Restinga.

Seja bem-vindo, Pirulito, não o tinha visto ainda, seja bem-vindo.

No pé do morro São Pedro, aquela comunidade faz uma ocupação: alguns compraram, dizendo ser um loteamento; outros já fazem ali uma ocupação, Ver. Beto Moesch, subindo o morro São Pedro, ocupando as áreas, inclusive de risco, é um problema sério. Hoje nos foi informado que existe um grupo constituído, através da SPM, observando os problemas, fazendo os levantamentos, porém sabemos que uma coisa é o estudo técnico, e outra coisa é ter um trabalho de fiscalização, para ali congelar e verificar de fato os verdadeiros problemas.

Na reunião esteve presente a Drª Simone, da PGM, bem como representantes do DMAE, da CEEE, e, por incrível que pareça, Verª Neuza Canabarro, para nossa surpresa, o DEMHAB mandou um ofício dizendo que o assunto não tinha nada a ver com aquela autarquia. Fiquei impressionada, Ver. Guilherme Barbosa, porque havia um candidato que, em todas as casas daquela comunidade - inclusive tenho amigos lá -, distribuiu um material onde, embaixo, tinha um dizer: “O sonho da casa própria.” Aliás, hoje há outdoors em toda a Cidade dizendo: “Contem comigo.” Já sei para onde vou encaminhar todos os problemas de casas desta Cidade quando vierem ao meu Gabinete, quando estivermos aqui no ano que vem - o senhor sabe, não é Vereador? O senhor vai ajudar também.

Então, o que acontece? Uma autarquia como o DEMHAB, que trabalha com as questões da regularização fundiária, diz que o problema não é deles, que não tem nada a ver com isso. Qual foi o nosso encaminhamento? Em primeiro lugar, a associação de moradores de lá já está fazendo o recolhimento de todos os materiais existentes - contratos, promissórias, enfim -, para encaminhar à PGM, junto com a responsabilidade da Drª Simone, e vamos fazer também uma visita. Lá estava também o Ver. João Bosco; o Ver. Ismael também esteve presente à reunião; o Ver. Elói, infelizmente, não pôde ontem presidir a reunião, porque estava com outro compromisso. O Ver. Brasinha disse que chegou depois; não cheguei a vê-lo, mas tenho certeza de que foi realmente por outro compromisso. Mas vamos fazer uma visita lá, Vereador, até porque o senhor, como também tem a responsabilidade de ser da base do Governo, vai nos ajudar a resolver e chamar a atenção do DEMHAB, porque o próprio grupo de estudo da SPM, Ver. Haroldo, indica que a primeira autarquia que tem que estar à frente desse trabalho é justamente o DEMHAB. Espero que o Ver. Tessaro, que foi eleito, se não ficar nesta Casa e ficar na Secretaria, faça parte dessa Secretaria, porque ele vendeu um sonho para esta Cidade; então, a responsabilidade dele será muito maior: será de ajudar a realizar o sonho da casa própria, responsabilidade daquela mesma autarquia que não estava presente ontem à Reunião.

Mas quero, nos últimos minutos deste pronunciamento, me dedicar ao tema que ora está sendo discutido nesta Casa. Nasci no Interior, e, no Interior, o gado é juntado para lhe passarem remédio ou para que ele seja domesticado - juntam o gado no mesmo local para tirar os carrapatos, para sanar os problemas dos animais. E eu fico imaginando que isto não é uma atitude isolada do Coronel Mendes, é um perfil do seu caráter por orientação do seu Governo. Ninguém faz nada sem orientação política de um Governo. Portanto, a Governadora e o Vice-Governador Feijó - que é muito parecido com o Coronel Mendes nas suas atitudes - não são diferentes. É uma orientação, ela colocou alguém que se identificava com o seu Governo. E é assim que ela trata: criminalização dos movimentos sociais. Vejam à frente do que nós podemos estar! Não existe no mundo inteiro, em nenhuma época histórica, situação em que movimentos sociais não tenham sido criminalizados, colocados como criminosos, sem que houvesse uma unificação para que as coisas fossem recolocadas no seu lugar. Quando o Estado - mesmo daquele que a gente não gosta - é de Direito, se ele não cumpre o seu papel, somente os movimentos organizados podem fazê-lo. Porque, se não houvesse movimentos organizados, principalmente como o dos sem-terras, nós já viveríamos uma convulsão social neste País há muito tempo.

Portanto, Coronel Mendes, atenção: o senhor não está acima de tudo! O senhor não está. E não é o fato de ser esta Casa, ou seja quem for; qualquer cidadão tem o direito de se expressar. Essa ditadura de fazer com que o movimento seja colocado num gueto, como num curral de animais para passar remédio, já era, Sr. Coronel! Nós não vamos aceitar. Nós estamos nas fileiras para contribuir pela ordem, pela segurança, mas também pelas transformações sociais. E, quando a coisa é desordem dentro do Estado de Direito, nós vamos estar em marcha, com certeza. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Vereadoras, Vereadores, pessoas que se encontram aqui na Câmara Municipal, aqueles que nos acompanham pelo Canal 16: o episódio ocorrido aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre, reavivado instantes atrás pelo Ver. Luiz Braz, nos remete, sim, à reflexão a respeito de movimentos. A nossa democracia ainda está engatinhando, nós temos muita coisa ainda para fazer, e as pessoas misturam o direito de reivindicar, o direito da manifestação, à violência - como ocorreu com aquele grupo que veio recentemente até a Câmara Municipal de Porto Alegre para falar da sua contrariedade a respeito do Pontal do Estaleiro. Antes disso, a Câmara Municipal, não sei se no ano passado ou se no retrasado, já havia sofrido um problema de invasão de estudantes no plenário, acobertados pela Verª Sofia Cavedon, e, no dia seguinte, as nossas mesas estavam - o termo é este - escarradas, as pessoas cuspiram nas mesas, deixaram isso como marca...

 

(Aparte anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Foi, sim, Verª Sofia Cavedon! Quebraram cadeiras aqui dentro. Não foi lá fora, foi aqui dentro, e passou como um movimento da democracia, da liberdade de manifestação.

O Coronel Mendes - e os senhores sabem que há 34 anos eu faço a defesa da Brigada Militar, porque acho que é uma das guarnições das mais exemplares no País - “pisou na bola”; o meu amigo Coronel Mendes. E tenho certeza de que a esta hora, neste momento, ele já está, Ver. João Bosco Vaz, revendo a sua posição, porque, além de ser uma arbitrariedade, ele não tem direito de interferir nesse aspecto, não; nem a Governadora. A manifestação é livre. Como proibir uma manifestação das pessoas na Esquina Democrática, no Largo Glênio Peres, em frente à Prefeitura, no Paço Municipal ou no Palácio Piratini? Não, a manifestação faz parte da democracia, Verª Maristela Maffei. O que não faz parte da democracia são os movimentos que vêm com violência, com agressividade.

Voltemos no tempo para lembrar daquela “foiçada” que degolou um brigadiano na Esquina Democrática. Aquilo ali foi uma demonstração de que realmente esses movimentos precisam tomar cuidado em suas reivindicações. Sobre o MST: não está escrito em nenhum lugar que eles têm direito de invadir a Receita Federal para acampar e ficar ali. E, aí, que direito eles têm? Que direito eles têm de vir escudados por crianças, mas com foices e enxadas nas mãos para cima da Brigada Militar? E a Brigada Militar não vai se defender? Como não vai se defender? É preciso se defender, sim!

Com relação a esse episódio do Coronel Mendes, estamos pedindo aqui, em nome da Liderança do PMDB, que ele reveja a sua posição, já que está totalmente errado. Mas nós temos que levar em consideração também que toda pessoa procura fazer o que é possível, e ele se enganou nessa. Nessa ele se enganou! “Pisou feio na bola”! Não é por aí! Não se podem proibir manifestações. Só podemos exigir, sim, que as manifestações sejam civilizadas. Podem lotar as galerias, podem vaiar, podem “fazer o diabo” lá fora, mas sem partir para cima dos seguranças, “sair na mão” com os seguranças, ou ameaçar o Vereador dizendo que vai invadir, que vai bater. Nós somos 36 aqui dentro desta Casa, afora as mulheres, nós somos um grupo bastante grande de homens e não vamos aceitar, simplesmente, que estudantes, em nome de um Partido que agora está surgindo, que agora quer aparecer na mídia, traga para cá desordeiros. Desordeiros sim! Eu tive oportunidade de dizer isso pessoalmente a um deles anteontem, quando demos explicações sobre o Pontal do Estaleiro. Eu disse a eles que a educação vem em primeiro lugar, que a democracia precisa ser respeitada e que a Câmara Municipal de Porto Alegre é do povo de Porto Alegre. Como é que se vai permitir que o mesmo povo de Porto Alegre venha aqui para depredar, para quebrar, para invadir, para bater e cometer todo ato de violência!? Assim não!

Ao Coronel Mendes, um recado: o senhor está errado nessa decisão de proibir manifestações em frente ao Palácio Piratini, mas estará absolutamente certo, se um bando de baderneiros, de arruaceiros invadir a Câmara, o Palácio Piratini ou a Assembléia Legislativa, em “descer o cacete” neles! Porque não é só o crioulo, não é só o negrão da favela que deve ser perseguido pela Polícia e que pode apanhar! Não! Também os filhinhos-de-papai acobertados por um Partido político ou acobertados por uma reivindicação em nome de uma União de Estudantes, seja lá do que for! Eles não têm o direito de chegar batendo e agredindo os seguranças desta Casa, como aconteceu recentemente. Quem bate tem o direito também de receber a resposta. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito a abertura do painel eletrônico para ingressarmos na Ordem do Dia. (Pausa.)

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Informo aos Srs. Vereadores que, tão logo termine a Sessão, faremos uma Reunião de Mesa e Lideranças na presidência. Solicito aos Srs. Líderes ou à representação das Bancadas o devido agendamento.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1342/08 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 001/08, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que denomina Bairro Extrema uma área do território urbano do Município de Porto Alegre.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela manutenção do Veto Total.

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 03-11-08.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 30-10-08 (quinta-feira).

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 001/08, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLL nº 001/08, com Veto Total.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, peço atenção para o debate desta matéria. Fui procurado pelas lideranças do Orçamento Participativo e pela Associação Comunitária da Extrema no sentido de encaminhar um Projeto de Lei - que é este - para a denominação de bairro Extrema àquela região compreendida entre o bairro Lajeado e o bairro Lami, uma área que é genericamente denominada de Extrema. As pessoas ali residentes têm problemas de localização, tanto pelo Correios, pelos serviços de Saúde, quanto em relação aos serviços em geral de Porto Alegre. Esse trabalho foi feito pelos diretores das escolas, por um geólogo, que estava lá trabalhando como voluntário, pelos professores aposentados e pela associação de moradores. Ele é muito simples, a região, em duas faces, tem seu limite no Município de Viamão e limites físicos e geográficos dados pelas estradas; o Projeto define também os contornos do bairro Extrema, a ser criado, porque a Extrema não é um bairro, é uma região que fica naquele canto de Porto Alegre, onde há problemas muito grandes, como endereçamento, porque as pessoas nunca sabem se elas são do Lajeado, se são do Lami ou se são de outro bairro. Portanto, essa delimitação visa dar mais eficiência e organização aos serviços que dependem de endereçamento, por isso o empenho da comunidade.

Vejam só, tenho aqui em mãos, anexadas ao Processo, mais de 300 assinaturas de famílias que lá residem, pessoas que tem o desejo e a necessidade de terem organizada essa parte da sua vida, que é o endereço onde moram. (Mostra abaixo-assinado.) Pois bem, o Projeto veio, tramitou nesta Casa e teve parecer favorável: da CCJ, por unanimidade; da Procuradoria do Município, que diz que “não há impedimentos de ordem jurídica contra a tramitação da matéria”; da CUTHAB, pela aprovação. Portanto, todos os pareceres são favoráveis; seguindo a nova regra de tramitação, foi aprovado nas diversas instâncias.

Pois bem, para a nossa surpresa, Verª Neuza, o Executivo veta; veta afirmando que a lei estaria infringindo as competências do Município, ou infringindo o art. 94, que rege as ações de iniciativa do Governo. Quero dizer que já falei com o Sr. Gil, que é o responsável pela Câmara lá no Governo; falei hoje com o Líder aqui, Ver. Luiz Braz, que eu creio que está sensibilizado, porque essa é uma necessidade, é uma criação daquela comunidade e há outros precedentes aqui de votação de limites de bairros. Aqui, no caso, temos a delimitação de uma região, que passa a ser denominada de bairro, para que aquela comunidade seja melhor organizada e melhor encontrada naquilo que depende de endereçamento, basicamente. Talvez nada penoso ou nada complicado para o Governo, mas de alta importância para a comunidade, de alto relevo para aqueles que precisam, de alto relevo para os que lá residem, para os que lá estudam, para aqueles que precisam receber cartas, para aqueles que precisam também da definição dos programas de saúde e das demais questões relativas aos bairros da Cidade.

Portanto, peço que os Srs. Vereadores e as Sras Vereadoras aceitem o Projeto e rejeitem o Veto, pois, se aceito, o Veto irá em prejuízo de todas as pessoas que residem naquela comunidade. Por isso, peço, encarecidamente, a atenção de todos os senhores e as senhoras para que votem pela aceitação do Projeto e pela rejeição do Veto. Obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Sr. Vereadores, conforme Requerimento votado neste plenário, amanhã comparecerá ao plenário da Câmara o Secretário do Planejamento, Ricardo Gothe, juntamente com os Técnicos da Secretaria Municipal de Planejamento, para poder prestar esclarecimento a respeito do Projeto Pontal do Estaleiro. Eu só quero relembrar aos Srs. Vereadores, porque são sabedores, que às 14h os Técnicos da SPM estarão aqui, atendendo o Requerimento feito pelo Ver. João Antonio Dib, aprovado por unanimidade nesta Casa.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 001/08, com Veto Total.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, sempre que um Veto vem para ser examinado aqui na Casa, eu faço questão de ler os argumentos que foram utilizados pelos técnicos do Executivo para vetar, total ou parcialmente, a matéria que foi aprovada aqui.

Neste Projeto do Ver. Carlos Todeschini existem várias razões que foram elencadas pelo Executivo para que o Veto fosse aposto. Uma das razões é a do art. 94, que diz que compete privativamente ao Prefeito dispor sobre a estrutura, a organização e o funcionamento da Administração Municipal. Para mim, esse dispositivo, que é o inciso IV do art. 94, não poderia ser utilizado com relação a este Veto. Quando fala em dispor sobre a estrutura, a organização e o funcionamento da Administração Municipal, eu não posso, por exemplo, aqui na Câmara Municipal, criar uma Secretaria ou criar qualquer órgão que seja da estrutura do Governo do Município, porque estarei realmente adentrando na competência do Poder Executivo. Mas não posso abrir mão da competência que nós, Legisladores, temos.

E eu usava esse argumento antes, quando o PT administrava a Cidade, e uso agora, depois, quando o PT não administra mais a Cidade, graças a Deus. Mas eu acho que uma das coisas das quais não podemos abrir mão, Ver. Nereu D’Avila, são as nossas competências enquanto Legisladores. E a única coisa que é vedado a nós, Legisladores, é aquilo que está disposto no art. 94, no inciso VII (Lê.): “Promover a iniciativa de Projetos de Lei que disponham sobre criação e aumento da remuneração de cargos, funções [...]” - não podemos! - “regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria [...]” - não podemos! - “criação e estruturação de secretarias e órgãos da administração pública [...]” - também não podemos! Isso nós não podemos fazer, mas o resto é utilizado pelos Vereadores da Casa, e, muitas vezes, foi utilizado e aproveitado pelos Vereadores do PT para dar força ao seu Governo. Infelizmente vocês agiram assim, meu amigo Todeschini, vocês ajudaram muito a enfraquecer o Legislativo, lutaram muito para acabar com o Legislativo e não conseguiram, mas nós não podemos pagar na mesma moeda, porque, afinal de contas, isso é um processo democrático, e nós temos que fortalecer a democracia. Não é porque vocês erraram e atentaram contra a democracia que nós vamos fazer isso. Não está certo o Veto da forma como foi colocado.

Ver. Nereu, Ver. Pirulito, Ver. Vendruscolo, Ver. Raul, Ver. Krieger, a única coisa que nós vemos de erro em relação ao Projeto do Ver. Todeschini - e eu já disse para o Ver. Todeschini - está relacionada à necessidade de fazer uma Audiência Pública quando se vai mexer com as divisas de qualquer bairro, quando se modificam essas divisas em qualquer bairro. A Lei Orgânica pede que, quando vai causar impacto - e aí vai causar impacto -, é necessário fazer Audiência Pública. E disse o Ver. Todeschini que, em vez de Audiência Pública, ele optou por fazer com que quase todos os moradores da região assinassem um grande abaixo-assinado, que ele traz aqui, que integra o Processo, para que possamos ficar tranqüilos com relação àquilo que querem os moradores, do qual todos estão avisados.

Então, nós ficamos no seguinte dilema, meu amigo Todeschini: se nós acreditarmos que esta assinatura dos moradores da Extrema, todos eles, pode substituir a Audiência Pública, penso que podemos votar pela derrubada do Veto, porque não tem nenhum problema; mas, se a opção do Vereador for de que a Audiência Pública é insubstituível - e aí eu vou deixar, realmente, que cada um faça a interpretação -, eu acredito que nós temos que aceitar o Veto. Só lamento que os técnicos do Executivo, ao elencarem as razões para vetar o Projeto, infelizmente não chegaram até aí, Ver. Bernardino Vendruscolo. Ninguém colocou nas razões do Veto que a falta, na verdade, é de uma Audiência Pública, que precisamos fazer naquela região até para que os moradores dos bairros todos que vão ser atingidos possam ser avisados de que os limites vão ser mexidos desta ou daquela maneira.

Mas não foram essas as razões elencadas aqui pelos técnicos do Executivo. Eles deveriam ter feito isso; perderam tempo ao colocarem razões que, na verdade, acredito, não devam ser aceitas pelos Vereadores desta Casa, porque as razões que eles colocaram aqui apenas enfraquecem o nosso Legislativo. Afinal de contas, eu acho que nós, independentemente do Partido em que estejamos, temos que lutar para que o Legislativo seja um Poder fortalecido e saia desta situação em que se encontra, porque ele está enxovalhado e tem o descrédito de, praticamente, toda a sociedade. Nós temos obrigação de lutar para que essa situação se inverta, para que nós, do Legislativo, possamos comemorar dias melhores para todos nós que fomos eleitos para representar o conjunto de toda a sociedade.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Aldacir Oliboni, para discutir o PLL nº 001/08, com Veto Total.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; eu quero fazer aqui, no início, uma manifestação de acordo pleno com o Ver. Luiz Braz e cumprimentá-lo, inclusive, pela manifestação. Quero dizer que há, de parte deste Vereador, sempre uma visão do fortalecimento do Parlamento, porque é a expressão da democracia dos povos. Então, pode ter certeza de que, de nossa parte, essa é a concepção.

E quero trazer mais alguns argumentos, porque foi dado também, aqui no Processo, como um dos motivos do Veto, a competência do Município. No seu art. 8º, como argumentação, diz que “compete ao Município, privativamente, criar, organizar, suprimir distritos e bairros, consultar os munícipes” - portanto, os interessados - “observada a Legislação pertinente”. Vejam só: cabe ao Município! Não diz que é ao Poder Executivo ou ao Legislativo - cabe aos dois. O Município é seu Poder Executivo e seu Poder Legislativo. Portanto, está alicerçado na legalidade. É mais um argumento das razões do Veto que não se sustenta aqui, porque a lei é clara: o Município é o seu Poder Legislativo e o seu Poder Executivo.

Quero trazer aqui mais um argumento, que é sobre as questões do art. 220 da Lei Orgânica do Município, nossa Constituição Municipal (Lê.): “São instrumentos de desenvolvimento urbano a serem definidos em lei, conforme inciso IX, a regionalização e a descentralização administrativa.” Portanto, mais um elemento de legalidade forte.

Então, o Veto deve se debruçar sobre as questões de análise da legalidade e da conveniência. Se há outros elementos que não foram observados, eles nunca foram apontados, como o caso da Audiência Pública, em nenhuma das Comissões. Também não foram apontados em nenhum dos debates, em nenhum momento da tramitação, sequer na discussão preliminar de Pauta.

Agora, no momento do Veto, o que se deve apreciar são dois elementos: um deles é se há infração à legalidade - e está claro que não, então deve ser aprovado o Projeto e rejeitado o Veto - e não há problema de conveniência, porque todos os demais quesitos estão atendidos. Portanto, corroborando a manifestação do Ver. Luiz Braz, em benefício daquela comunidade, que tem necessidade, que tem um desejo, que quer ser reconhecida como cidadã, aprovemos o Projeto e rejeitemos o Veto. Obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro a presença, no plenário da Câmara, do ex-funcionário desta Casa, ex-Relações Institucionais aqui da nossa Câmara de Vereadores, Luizinho Dexheimer. Seja muito bem-vindo, Dr. Luiz Dexheimer, à nossa Casa.

Encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 001/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 13 votos SIM, 13 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Mantido o Veto.

 

REQUERIMENTOS - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. nº 091/08 – (Proc. Nº 6055/08 – Ver. Maurício Dziedricki) – requer seja o período de Comunicações do dia 10 de novembro, destinado a assinalar o transcurso do 25º aniversário do Programa Comando Maior. (Incluído em 30-10-08.)

 

REQ. nº 092/08 – (Proc. nº 6092/08 – Mesa Diretora) – requer seja o período de Comunicações do dia 06 de novembro, destinado a assinalar o transcurso do 25º aniversário do Programa Gaúcha Repórter. (Incluído em 30-10-08.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o bloco composto pelos seguintes Requerimentos: Requerimento nº 091/08 e Requerimento nº 092/08, de autoria da Mesa Diretora. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 5627/08 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 046/08, que autoriza a permuta entre imóveis próprios municipais e imóvel pertencente ao Hospital Moinhos de Vento, para fins de implementação de uma unidade hospitalar no Distrito Industrial da Restinga e dá outras providências.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM. Relator-Geral Ver. Alceu Brasinha: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, VIII, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 05-11-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLE nº 046/08. (Pausa.) O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 046/08.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores, o Projeto que votaremos agora é um Projeto autorizando o Município a realizar a permuta entre duas áreas da cidade de Porto Alegre, uma delas de propriedade do Município, lá no bairro Restinga, pertencente hoje ao Parque Industrial da Restinga, que será destinada ao Hospital Moinhos de Vento, para que lá se construa o Hospital da Restinga; e uma outra área, oferecida pela Associação Hospitalar Moinhos de Vento ao Município de Porto Alegre.

Quero tratar da essência deste Projeto. Durante o período desta Legislatura, nos quatro anos, trabalhamos junto com a nossa Bancada e com um conjunto de outros Vereadores desta Casa para que o Hospital da Restinga saísse do papel. Este Projeto teve todo um rito, que foi construído passo a passo. O primeiro deles em 2004, quando a então Administração Popular firmou o convênio com a Associação Hospitalar Moinhos de Vento para construir o Hospital da Restinga - um hospital-escola -, com 130 leitos e mais 8 Postos de Saúde da Família, em toda a região, com duas equipes da Saúde da Família em cada uma delas. Em 2005, quando assumiu o Governo Fogaça, o Plano Plurianual enviado a esta Casa não trazia o Projeto do Hospital da Restinga. Sugerimos a esta Casa uma Emenda ao Plano Plurianual, Emenda que foi aprovada. Portanto, passou a integrar a política a ser desenvolvida nesse período.

No primeiro Orçamento que recebemos, em 2005 para 2006, também não houve nenhuma indicação dos recursos para o Hospital da Restinga. Aqui construímos uma Emenda junto com o Ver. Dr. Goulart, e, nestes três anos - 2006, 2007 e 2008 -, o recurso foi para o Orçamento, mas em nenhum ano foi utilizado para o Projeto Saúde Integral da Restinga e Extremo-Sul, porque não é só o Hospital.

O Hospital Moinhos de Vento, nesse período, sempre recebeu a filantropia, Dr. Raul, que é para ser aplicada no Sistema Único de Saúde, o SUS, em Porto Alegre, com a gestão do Município. Eu tenho que registrar que a política da Saúde Pública do Município de Porto Alegre nesse período, Ver. Aldacir Oliboni, não deu atenção e não priorizou esse tema do Hospital da Restinga. Este ano, em maio, propusemos a esta Casa e constituímos uma Comissão Especial, composta por 12 Vereadores, para trabalhar o tema da destinação da área para o Hospital da Restinga, pois a área que estava destinada ao Hospital, ao lado da Escola Ildo Meneghetti, o Prefeito Fogaça resolveu trocar dois anos e meio atrás. Só que ele não havia dito, até então, onde seria a nova área. Tendo essa Comissão na Vice-Presidência o Dr. Goulart e na Relatoria a Verª Neuza, fizemos várias reuniões. Fomos ao Hospital Moinhos de Vento, fomos à comunidade, fomos ao Prefeito. Registro que os Vereadores Dr. Raul, Oliboni, Maria Celeste e outros compõem a Comissão.

Podemos dizer, sim, Dr. Raul, que o Projeto vem a esta Casa graças à negociação que essa Comissão construiu de uma forma republicana e democrática. Portanto, votarmos hoje, permitindo a permuta desse terreno, é dizer que, mais uma vez, o Legislativo assume a responsabilidade de um Projeto que já era para estar pronto, porque o projeto de um hospital na Restinga data do nascimento da Restinga, há quarenta anos. Deveria ser um dos projetos que envolvessem a infra-estrutura do serviço de Saúde para aquela comunidade, coisa que não aconteceu até hoje, Ver. Sebenelo, que é médico também. Portanto, a votação hoje, autorizando o Município a realizar essa permuta, é mais um marco e mais um avanço. Precisamos, durante o próximo ano, fazer com que as paredes do Hospital sejam erguidas e que o seu funcionamento inicie o mais rapidamente possível.

Aqui trago a nossa manifestação. Votaremos, é óbvio, favoravelmente esse Projeto, assim como a nossa Bancada estará trabalhando junto ao Governo Federal para que seja fiscalizado o Hospital Moinhos de Vento, a fim de que ele aplique bem os recursos na Saúde Pública. Muito obrigado, senhores e senhoras.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Comassetto.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir o PLE nº 046/08.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Sebenelo; saúdo os nobres colegas Vereadores e Vereadoras, público que acompanha esta Sessão aqui e pelo Canal 16. Há poucos dias eu conversava com um médico, profissional da área, grande nome, conceituado na cidade de Porto Alegre, neurocirurgião, Dr. Eduardo Paglioli, que me dizia: “Oliboni, quando tiveres oportunidade na tribuna, pergunta aos cidadãos de Porto Alegre quantos prédios foram construídos nos últimos trinta anos. Milhares de prédios! E quantos hospitais foram construídos? Nenhum!” E eu perguntava a ele: “Por que dizes isso, nobre Dr. Paglioli?”, “Digo isso porque conheço muito o tema [dizia ele], porque meu pai fez o Hospital de Clínicas; logo em seguida, 32 anos atrás, o Hospital da PUC. Portanto, nos últimos trinta anos, nenhum hospital foi construído na cidade de Porto Alegre.”

O Governo Municipal anterior ao do Fogaça, o nosso Governo, começou essa briga, até porque o Governo Federal, o Governo Lula, questionava as entidades filantrópicas que não estavam dando contrapartida aos cidadãos e cidadãs. Digo isto com muita propriedade, e os senhores vão concordar comigo: o Hospital Moinhos de Vento e o Mãe de Deus não demonstram para a sociedade que investem, no mínimo, 64% dos seus serviços em filantropia. No Hospital da PUC, para os senhores terem uma idéia, 64% dos atendimentos são pelo SUS, isso justifica, pela lei federal, ser filantrópico. Aí nós nos perguntamos: “Apesar dos muitos méritos que os Hospitais Moinhos e Mãe de Deus têm, eles aplicam isso?” Em tese, para nós, olhando de fora, não.

O Hospital Moinhos de Vento agora passa a ter uma oportunidade de parceria com o Governo Municipal, para poder dizer, de fato e concretamente, que vai investir 64% de seus atendimentos em Saúde Pública pelo SUS, para justificar a sua filantropia. Por essa razão, é de extrema importância que o Poder Municipal possibilite a essas entidades filantrópicas manterem a sua filantropia, mas que também elas dêem contrapartida ao cidadão. Queremos que outras entidades façam isso. Tenho certeza de que o Poder Municipal, o Legislativo, é favorável a essas iniciativas. Portanto, é importante que agora, enquanto Vereadores, possamos cobrar do Poder Municipal e da Direção do Hospital Moinhos de Vento qual o tempo de construção dessa unidade de saúde, porque, na parceria feita com o Governo Municipal, ele assumiria também as seis unidades de saúde da região, e, até então, nós não temos nenhum parecer e nenhuma deliberação sobre isso. Tanto é verdade que apenas uma unidade é assumida pelo Hospital Moinhos de Vento; as outras cinco, muitas delas do Poder Municipal, fecharam, estão sem atividade.

Por essa razão, é de extrema importância que nós, aqui, superemos as nossas divergências partidárias e possamos autorizar, sim, essa permuta do terreno, mas também temos que cobrar daqueles que vão executar esse projeto a possibilidade concreta de que esse Hospital seja construído o mais rápido possível, para que os cidadãos tenham um atendimento de qualidade e, mais do que isso, tenham acesso à consulta e à internação. Se nós dizíamos na nossa campanha “Acelera, Porto Alegre”, nós diríamos agora: “Acorda, Governo Fogaça!” Está acordando tarde, porque o projeto do Hospital está parado há quatro anos. Tanto é verdade que começou no Governo Lula anterior, que veio a este Município fazer a cedência de um outro terreno, e agora o Governo atual, para justificar, fez uma permuta com outro terreno e não com aquele que, na época, foi destinado.

É importante que nós falemos, acompanhemos o projeto, mas que fique aqui uma mensagem clara e precisa ao Governo Municipal: acorda, Fogaça! Acorda, Governo Municipal, porque é fundamental que os cidadãos tenham acesso à consulta, aos exames e à internação o mais rápido possível. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para discutir o PLE n° 046/08.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Ver. Valdir Caetano; meu querido amigo que aqui assume, Ver. Pirulito; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, queria começar cumprimentando a Liderança jovem do meu Partido, Presidente André e Luciano, aqui presentes. E quero cumprimentar o Ver. Elias Vidal, dizendo que espero que leve o seu ônibus “Vida e Saúde” para Restinga, assunto do qual vamos falar agora. Hoje o seu ônibus, junto com a equipe do Incolo, do Hospital de Clínicas, Dr. Paulo Vieiro Naut, propiciou pela primeira vez, publicamente, a vacinação contra o câncer de colo, através de uma vacina feita com antígenos de HPV, dos dois tipos que mais dão câncer. Queria cumprimentar o belo trabalho feito hoje lá no Centro da Cidade, algo que não pôde ser feito aqui na Câmara, então foi feito lá no Centro. Parabéns; pela primeira vez, publicamente, vacinaram-se meninas contra o câncer de colo de útero. Espero que levem o ônibus na Restinga e vacinem, pelo menos, mais trinta pessoas lá.

Bom, senhores, é um dever da Bancada do PTB se pronunciar para que os Vereadores nos ajudem a aprovar este Projeto de permuta do terreno, para que, logo em seguida, Ver. Comassetto, a gente comece a fazer proposições afirmativas fortes em cima de vários setores. Nós precisamos, primeiro, ir ao Hospital Moinhos de Vento, que tem uma renúncia fiscal enorme no INSS, porque ganhou o título de filantropia, recentemente aprovado pelo Presidente Lula, a pedido do Ministro Temporão. Então nós precisamos conversar com a Direção do Hospital Moinhos de Vento.

Eu e o Ver. Comassetto, que temos estado presentes em todas as Sessões, deixamos verbas, que não foram usadas até agora para colocar, pelo menos, os alicerces do Hospital, uma vez que é preciso um pouco mais de dinheiro do que a gente deixou no Orçamento...para que tenhamos conhecimento de como é o Projeto; para que a gente possa exercer uma das grandes funções que o Vereador tem, que é a fiscalização; nós precisamos! A nossa comunidade lá espera, Ver. Comassetto, que a gente conheça o Projeto, que os informe a respeito dele, que, em próximas Audiências Públicas, nós dominemos o Projeto Hospital da Restinga.

E eu imagino que a gente tenha que pedir também que o Governo Federal se debruce sobre isso, porque o Governo Federal é o dono do SUS. O dono do Sistema Único de Saúde é o Governo Federal, ele tem que fazer isso acontecer através de hospital filantrópico, que tem renúncia fiscal, que tem que devolver isso ao povo. Eles só pedem a renúncia fiscal para poder ajudar o povo.

E nós temos um terceiro momento. Então, primeiro o Hospital Moinhos de Vento; segundo, o Governo Federal, e, depois, precisamos trabalhar, através de uma Comissão, e da Comissão de Saúde aqui desta Casa, para termos uma conversa direta com a Prefeitura para sabermos como a Prefeitura vai participar desse Projeto, uma vez que o grande gestor do Projeto é o Governo Federal, que permite essa renúncia fiscal. Quem vai fazer o Projeto é o Hospital Moinhos de Vento, e quem vai gerenciar é o Município, porque a Saúde é municipalizada in totum. É plenamente municipalizada a Saúde. Todos os pontos de Saúde Pública desta Cidade deverão ser gerenciados pela Prefeitura, pela Secretaria da Saúde; leia-se, então: Fogaça e o grande correligionário e amigo querido Eliseu Santos. E nós temos de ter informações para fazer acontecer essa gestão, esse gerenciamento.

Volto a dizer, didaticamente, para que a gente não esqueça: envolve o Governo Federal, envolve o Governo Municipal e envolve a Câmara de Vereadores. Porque, se não fosse a nossa luta constante nesse sentido, Ver. Comassetto, esse acontecimento poderia demorar muito mais - e já demorou demais, como disse o Oliboni aqui. Queremos agora o Hospital na Restinga! Nós precisamos! O povo da Restinga vive num bairro-cidade, não só pelo tamanho e pela importância, mas pela distância enorme que tem aqui do Centro.

Então, votemos a favor dessa permuta de terrenos, para que, logo em seguida, a nossa Comissão se reúna, Ver. Comassetto - e já convoco V. Exª agora -, para que possamos conhecer tudo, cobrar tudo e entregar tudo para o povo. Eu disse, bem no início, que o dono do SUS era o Governo Federal, no sentido de fazer acontecer, porque o dono do SUS é o povo do Brasil. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Dr. Goulart.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE nº 046/08.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, querido amigo Dr. Goulart, aqui presente, há Emendas que eu não entendo, Ver. Comassetto. Eu sei do interesse que tem esta Casa, tanto os Vereadores que têm mais trabalho na Restinga, como aqueles que não têm tanto trabalho na Restinga, pela construção do Hospital da Restinga. Nós sabemos que esse é um compromisso de toda a sociedade com aquela região. Não poderíamos, de forma nenhuma, pensar que algum dia não teríamos lá investimentos, no sentido de fazer com que o Hospital pudesse surgir.

Só que existe um Protocolo, assinado entre o Município e o Hospital Moinhos de Vento, exatamente para que aquela obra pudesse, de alguma forma, começar a existir e trazer os benefícios necessários àquela população. Uma das principais providências, uma das primeiras - porque sem ela não adiantaria o resto, Ver. Dr. Raul -, seria o terreno, que nós estamos votando agora, através dessa permuta. Sem o terreno, não adianta, Ver. Pirulito, colocarmos recursos no Orçamento, porque não tem como usar esses recursos! Como votamos recurso para um ano, eu estou votando agora o Orçamento da Cidade para o ano que vem... Então, quando eu voto o recurso e não sei nem onde vou aplicar, estou, na verdade, trabalhando sem que o objetivo possa ser alcançado da forma como eu pretendo.

E entendi, pela fala do Prefeito Fogaça, Ver. Comassetto, que a responsabilidade da construção do Hospital é do Grupo Moinhos de Vento. O Município não tem, nas suas dotações, nenhum tostão que possa, realmente, ser capaz de fazer com que o Hospital se erga naquela região. Então, o Hospital Moinhos de Vento, o Grupo Moinhos de Vento vai se valer dessa legislação que está aqui, a 9.094, que é de 2003, para erguer aquele Hospital, que realmente está sendo necessário naquela região.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só quero trazer aqui uma informação para ajustar o debate. Já existia uma área para o Hospital, era ao lado da Escola Ildo Meneghetti. Neste período agora, dos últimos três anos, se resolveu trocar a área para outra região. Portanto, quando nós destinamos recursos aqui nesta Casa para aplicar no Projeto do Hospital e no convênio, isso estava pautado na área já existente, inclusive era uma área pública do DEMHAB, mas houve uma troca. Então, agora, estamos afirmando a troca.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Certo, Ver. Comassetto, mas imagine só V. Exª que quem vai ter responsabilidade de erguer o Hospital é o Grupo Moinhos de Vento.

 

O Sr. Carlos Comassetto: É o Moinhos de Vento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: É o Hospital Moinhos de Vento; não é o Município que vai lá colocar recursos, porque o Município não tem nem dinheiro para fazer isso! O Município não está tendo recursos nem mesmo para fazer o Pronto Socorro da Zona Sul, que já está lá pronto, só basta...

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Braz, eu queria me solidarizar com o seu pronunciamento também e com a sua preocupação, que, na realidade, é de todos nós. Gostaria de falar da importância real de hoje estarmos votando finalmente essa permuta, que tanto bem vai trazer, e nós, como Vereadores, temos que efetivamente fiscalizar e agilizar junto ao Moinhos de Vento, junto ao Executivo, para que a obra saia no menor tempo possível, com a melhor qualidade possível, para a população, que tanto necessita.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Obrigado, Ver. Dr. Raul.

Então o que é importante é que essas Emendas destinando valores lá, a Saúde precisa de tantos recursos em várias áreas, mas, para construir o Hospital... Olhem, mas nós vamos dar alguma coisa para o Moinhos de Vento, que ele - o Moinhos de Vento - tem a obrigação de fazer, porque está no Protocolo! Quem tem obrigação de erguer lá o Hospital da Restinga é o Moinhos de Vento! Então, não podemos destinar recursos nossos aqui, que podem estar atendendo a várias áreas, até mesmo lá na Restinga, para erguer o Hospital!

Eu acho que devemos ajudar naquilo que for preciso, e, para isso, Verª Neuza Canabarro, esta lei aqui, a nº 9.094, no seu art. 7º - só para encerrar o pronunciamento - diz que será concedido, na forma de incentivo, um abatimento percentual sobre o preço do metro quadrado relacionado ao prazo de instalação do empreendimento no Parque Industrial da Restinga. E aí há aqui as formas da Lei nº 9.094, que vai propiciar condições para que o Grupo Moinhos de Vento possa fazer o Hospital que aquela população da Restinga está esperando.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Ver. Luiz Braz.

Em votação nominal o PLE nº 046/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 25 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0858/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 021/08, de autoria do Vereador Leandro Soares, que institui o Dia do Nascituro e a Semana de Defesa e Promoção da Vida, que passam a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre, e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relatora Verª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-08-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Em discussão o PLL nº 021/08. (Pausa.) O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLL nº 021/08.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Vereadores e Vereadoras, estamos em discussão e, logo após, teremos a votação. O Dia do Nascituro e a Semana de Defesa e Promoção da Vida é um Projeto que realmente se preocupa com a vida humana.

Eu queria informar que o Ver. Leandro Soares está presente, e é uma honra, Vereador, tê-lo aqui nesta Casa no dia da discussão e votação de seu Projeto em defesa da vida. Meus parabéns, Vereador. Solicito aos Srs. Vereadores que aprovem o presente Projeto numa homenagem ao Vereador, que luta em defesa dessa causa, Suplente desta Legislatura e na próxima. Muito obrigado, senhoras e senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Encerrada a discussão. Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, o PLL nº 021/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 16 votos SIM e 04 votos NÃO.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 021/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3121/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 125/08, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que proíbe a criação, a manutenção e a alimentação de pombos domésticos em vias, praças, prédios e locais de acesso público na zona urbana do Município de Porto Alegre e estabelece penalidades para seu descumprimento.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 20-08-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 125/08. (Pausa.) O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLL nº 125/08.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver. Sebastião Melo, V. Exª deve saber por que quero discutir esta matéria. Isso aqui entra no tema do bem-estar animal, querendo ou não, e parece que é moda nesta Casa colocar em Regime de Urgência projetos dessa envergadura. Não o aceito em Regime de Urgência. Matérias como essa precisam de pareceres técnicos da Secretaria Municipal da Saúde, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, e foi criada agora a equipe de Fauna Silvestre.

A matéria, sim, tem mérito, nós temos que fazer controle, como nos cães e gatos, para as pombas. Será que o meio é punir as pessoas? Vamos punir as pessoas, Ver. Sebenelo, V. Exª que presidiu o Fórum do Bem-Estar Animal, por que estão alimentando os pombos? Esse tema vai repercutir mundo afora: “Em Porto Alegre, pune-se quem alimenta pombos”. Vejam, senhoras e senhores, o que está em votação, em Regime de Urgência! Sr. Presidente, nós temos que começar a rever o Regime de Urgência para determinadas matérias, por favor!

O que a Secretaria Municipal de Saúde pensa disso? Não diz nada. Vereador, nós somos especialistas nesse tema? Não, nesse tema não. Existem controles: para cães e gatos existe o controle da esterilização, e para os pombos existe um outro tipo de controle. Aí, sim, poderíamos prever em lei um programa permanente da Prefeitura para o controle dos pombos. Mas não, Ver. Brasinha, querem punir as crianças e os idosos que alimentam os pombos... Por favor, de novo isso? Não sei se foi apregoada, mas me disseram - não sei, quero ver - que teria ainda uma Emenda que excetuaria essa punição para pombos utilizados em oferendas. Fica ainda mais grave. Então, para oferendas não teria punição? De novo a exceção para uma religião! Ora, ao aprovarmos a lei do Ver. Guilherme Barbosa, dizendo que não existe lixo quando se trata de oferendas, estamos transformando um ente federado, o Município de Porto Alegre, num ente federado laico, Ver. Sebastião Melo. Estamos nos transformando num ente laico, Ver. Ervino Besson, onde um tipo de religião pode tudo. Isso é transformar um ente federado em ente federado laico. Por favor, como é que nós vamos aprovar em Regime de Urgência? É uma matéria importante, sim, tem mérito - o fim é importante, mas os meios utilizados são fascistas inclusive. Até mesmo fascistas.

 

(Aparte anti-regimental da Verª Margarete Moraes.)

 

O SR. BETO MOESCH: Sim, senhora, fascista, como é comum, inclusive...

Então, eu quero chamar a atenção das Sras Vereadoras e dos Srs. Vereadores: não temos condições de votar este tema em Regime de Urgência, em respeito ao Parlamento, em respeito, Ver. Dr. Goulart, à cidade de Porto Alegre mais uma vez. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLL nº 125/08.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, pessoas que nos assistem, eu venho falar, porque aqui tem representações da comunidade que construíram conosco este Projeto. E ele não vem por um capricho, ele não vem por acaso, não está aqui para se fazer aparecer, como alguns vêm aqui. Eu poderia ter vindo aqui discutir aquele Projeto que foi anteriormente votado. Quem dos senhores leu o que está escrito na Justificativa? Verdadeiras heresias! Por isso eu votei contra. Mas a maior parte, porque é do grupo majoritário, porque é da parte do Governo, vota cegamente nas coisas, sem critérios, sem exame, sem saber, inclusive, o que está votando.

O Vereador que me antecedeu veio aqui muito entusiasmado - aliás, a eloqüência é seu forte - e falou umas coisas que nem existem, porque está lá uma Emenda que diz que está excetuada na lei a criação de animais, de pombos, para o uso em rituais religiosos. Quem não conhece, por exemplo, o símbolo da paz? A pomba branca? É isso que está na letra da lei. As pessoas, antes de virem aqui falar bobagem, deveriam ler o que está escrito.

Esta lei foi pedida em Regime de Urgência há uns três meses e ficou tramitando; a questão de alimentar pombos em vias públicas gera um desequilíbrio populacional nessa espécie, bem como no meio ambiente. Todos sabem que o pombo, em suas fezes, produz um fungo que é altamente letal; há poucos dias, inclusive, faleceu uma grande personalidade da Cidade infectada pelo fungo do pombo. O que se está colocando aqui é o desestímulo à proliferação descontrolada do pombo, por isso a não-alimentação nas vias públicas, porque há crianças e idosos que o fazem e, com isso, atraem os animais para lugares onde não devem ser atraídos, como próximos a hospitais, condomínios, espaços de praças, espaços de descanso e mais uma série de questões.

Não estamos votando aqui qualquer coisa - para responder ao Vereador que me antecedeu: é um Projeto muito sério e diz respeito à preservação e prevenção da Saúde Pública em Porto Alegre. A questão da contaminação e dos resíduos, dos excrementos do pombo, é muito séria do ponto de vista do prejuízo à Saúde Pública. Está-se tratando aqui de coibir, restringir, limitar a alimentação de pombos em vias públicas, porque isso traz conseqüências. É só passar pelo Pronto Socorro que a gente vê a quantidade de excremento nas soleiras das janelas, nas paredes, nas imediações daquele ambiente. E quantas pessoas, quantos síndicos de condomínios, quantos moradores ficam e são incomodados pela prática, pela teimosia e, muitas vezes, pelos hábitos de pessoas que não conseguem entender o problema, o prejuízo que causam à Saúde Pública e ao meio ambiente, devido a essa prática?

Portanto, é disso que estamos falando. Está aqui a representação de uma comunidade da Praça Argentina, que pediu a apresentação deste Projeto. Isso não está saindo e brotando da cabeça de uma ou de outra pessoa, mas de uma necessidade pública, pela preservação da Saúde Pública e do cuidado com as pessoas. É disso que se trata. É isso que nós estamos votando, não tem nada a ver esses discursos que são feitos aqui sem, inclusive, conhecimento, sem a leitura das matérias reais que estão em votação É isso que eu tinha para manifestar neste momento. Obrigado, Presidente. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº 125/08.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, especialmente o Ver. Todeschini, eu compreendo a intenção de V. Exª, autor do Projeto, mas, na mesma linha do Ver. Beto Moesch, eu pediria licença para discordar de alguns fatos. Tem uma ave brasileira que dá uma doença chamada psitacose, porque é uma doença dos psitacídeos. Nós teríamos de fazer a mesma coisa com todas as araras, com todos os papagaios e com todas as caturritas. O cryptococcus neoformans é uma bactéria extremamente rara! Não aumentou, na cidade de Porto Alegre, a incidência - e é evidente que temos de prevenir - dessa doença, que começa com uma pneumonia por criptococo e, depois, causa lesão no sistema nervoso central, no cérebro das pessoas.

Então, o que eu queria lhes dizer é que eu não vi neste Projeto nenhuma manifestação de etiologistas, veterinários, especialistas em columbofilia. E, mesmo que eu respeite profundamente os interesses dos moradores da Praça Argentina, não são eles que vão fazer o Projeto. Atender a um pedido deles não é a razão do Projeto. A razão do Projeto é a seguinte: os riscos de uma epidemia, por exemplo, o que não é o caso! E mais do que isso: a Saúde Pública já teria tomado providências, a Zoonoses já teria tomado providências! E a Casa, aqui, tem o Fórum de Proteção dos Animais, que deveria ser ouvido! Antes disso - e aí eu concordo com o Ver. Beto Moesch -, eu proponho ao autor que façamos um debate mais amplo e mais longo. Eu sou da base do Governo e votei contra o Projeto do Ver. Leandro. Eu votei contra o Projeto do Ver. Leandro, porque está embutida aí uma questão que exclui, e eu sou contra o aborto. Agora, ninguém vai sair, feito Herodes, matando criancinha por aí, ninguém vai defender uma loucura dessas! Eu sou a favor da descriminalização do aborto, que é um outro problema que está embutido naquele Projeto ali. Então, por isso votei contra, não porque o Projeto possa não ser bem intencionado, não! Eu votei contra porque não foi discutida a matéria, inclusive o aborto, que todo mundo evita discutir, porque tem de tomar posição!

Agora, se aquele Projeto que diz “A defesa da vida” eu votei contra, o que eu vou fazer com este Projeto? Tenho de defender a vida dos pombos, sim, senhor! Não admito essa tortura chinesa de tirar alimentos, de punir pessoas. E o que é pior: a estratégia está errada! É isso que eu quero discutir, é isso que eu quero conversar com as pessoas. A minha proposta ao Ver. Todeschini, com o maior respeito... Não estão errados os moradores da Praça Argentina; ao contrário, eles saíram em busca de uma solução. A solução para a explosão demográfica de determinadas situações de animais tem que ser dada, por exemplo, pela Escola de Veterinária, é o que acontece em relação à castração de cães na cidade de Porto Alegre, à castração de gatos na cidade de Porto Alegre.

Nós defendemos a vida, mas não vou defender a vida do vírus da dengue, que é vida também; é sim, é vida, mas o que é que vamos fazer? A proteção ao ser humano é fundamental. E não há história que o Cryptococcus neoform, que dá a criptococose, que é essa doença que pode ser transmitida pelo pombo, e que, muitas vezes, no pulmão, imita um tumor...

Essa questão tem que ser discutida num ambiente em que compareçam pessoas responsáveis e que tenham um profundo conhecimento sobre o assunto. Fora disso, eu recomendaria ao autor que não se votasse hoje o Projeto, faríamos um Requerimento para adiar a discussão, porque, parece, está em regime de art. 81. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito ao Ver. Claudio Sebenelo que assuma a presidência dos trabalhos.

O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLL nº 125/08.

 

(O Ver. Claudio Sebenelo reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; colegas Vereadores e Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham nesta Sessão; eu sou um dos que pediram ao Ver. Todeschini o adiamento, por algumas Sessões, da votação do Projeto, porque ele tem, de fato, uma carga muito grande de polêmica, não há dúvida. Penso que temos que estudar um pouco mais o Projeto. E é fundamental que tenhamos a posição da Secretaria da Saúde - com isso eu concordo plenamente.

Eu recordo que tive a honra muito grande de coordenar a obra que foi projetada pela Secretaria de Cultura - na época com a Verª Margarete - de restauração do Paço Municipal. Havia uma preocupação muito grande à época, procurou-se uma forma de resolver o problema, era saber que, depois de um tempo de restaurado, o Paço, com nova pintura - que é a mesma usada originalmente no prédio -, depois de um, dois anos daquele trabalho, o Paço estaria muito impactado pelas fezes dos pombos que moram ou circulam no ali. Foram procuradas mil formas de trabalhar isso, tentamos vedar ao máximo para que eles não fizessem ninho na parte interna e assim por diante. E tomei conhecimento de uma posição - não-oficial, não vi escrita - muito forte da Secretaria da Saúde: a Secretaria da Saúde do Município considera o pombo um verdadeiro rato com asas, tal a possibilidade de transmissão de vírus que ele tem.

E, se alguns não sabem, eu comunico que o pombo é uma ave exótica, não é originária do Rio Grande do Sul, ela foi trazida para cá há muitos anos e, como não tem predador, tem um crescimento enorme, muito grande. Por outro lado, essa ave faz parte da nossa fauna, tem uma imagem pública muito forte, muito positiva, é o símbolo da paz, principalmente aqueles que são brancos. Portanto, neste Projeto há um potencial de polêmica muito grande, então é interessante que seja adiada a votação.

Fiquei surpreso com o Ver. Beto Moesch, numa manifestação a respeito de um outro Projeto, que não tinha nada a ver com esse, pois ele não sabe que o Estado brasileiro é laico! O Estado brasileiro, por definição, é laico! Ele respeita todas as religiões, está na Constituição, no art. 5º, inciso VI, olhem a redação (Lê.): “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. E as suas liturgias, Ver. Nereu! É muito forte essa redação! E a nossa Lei Orgânica, no art. 148, diz (Lê.): “O Município não embaraçará o funcionamento de cultos, igrejas e o exercício do direito de manifestação cultural coletiva” - outra redação muito forte.

Então, quando se aprovou o Projeto de Lei do Ver. Almerindo, e eu votei também porque parecia apenas uma preocupação com a limpeza urbana, as entidades da religião afro foram ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e, imediatamente, conseguiram uma liminar suspendendo aquela lei, porque ela proibia o livre exercício religioso na Cidade. Portanto, era uma lei que não existia, ela estava suspensa, era para fazer de conta. O que nós apresentamos, e foi aprovado por vinte votos contra seis - lembro que a nossa Bancada tem nove votos, e são onze votos das outras Bancadas, o que nunca nos honrou, e a primeira assinatura era a minha, mas foi um Projeto da CEDECONDH -, foi para manter a parte positiva da lei do Ver. Almerindo, porque ninguém pode pegar um cachorro e jogar em qualquer terreno, pegar um gato e jogar em qualquer lugar. Então isso ficou mantido: fazendo exceção ao livre desempenho religioso, que está garantido na Lei Federal e na Lei Orgânica. Enquanto não se mudarem essas duas legislações, é direito! No resto, é fazer de conta que está legislando. E me surpreendo que um advogado não saiba que o Estado brasileiro é laico. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PLL nº 125/08.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Quero dizer ao Ver. Sebenelo que ele se manifestou com muita preocupação, com muita responsabilidade e muito respeito. E devemos exigir respeito ao Projeto do Ver. Carlos Todeschini, porque nesta Casa nós temos todo o direito de sermos a favor ou contra determinado Projeto, mas devemos ter respeito, não podemos ter preconceito às religiões afro, que estão amparadas pela Constituição Federal, como muito bem disse o Ver. Guilherme, nem debochar.

Dizer que é uma lei fascista? Fascismo e nazismo, Ver. Nereu, combinam com autoritarismo, com a direita, combinam com a violência, com arroubos, combinam com aqueles que só fazem política enquanto espetáculo e que só jogam para a platéia - apenas isso. Este Projeto não é fascista e não é política-espetáculo. O que o Ver. Todeschini quis dizer é que as pombas trazem terríveis doenças para as pessoas e que elas são o símbolo da paz, são lindas, têm um atrativo com as crianças e com todos nós. Então, é um alerta. Nós sabemos que este Projeto é sério, e eu acho que ele deve ser aperfeiçoado, deve ser recolocado com um aperfeiçoamento. Nós não podemos debochar de um Projeto com essa seriedade.

As pombas, como disse o Ver. Guilherme - e quem é ecologista sabe disso -, não são naturais do Brasil, elas vieram da Europa, e elas devem retornar ao seu ambiente natural, ou seja, às matas, às florestas, e não ao ambiente urbano. É essa a preocupação do Ver. Todeschini, que se coloca dentro da função legal, institucional do Vereador, que é o interesse público. Trata-se de Saúde Pública, é essa a questão, e o Vereador quer alertar as pessoas, quer conscientizar, pois a maioria das pessoas não sabe disso. As pessoas gostam da pomba, alimentam, tocam nas pombas, as crianças ficam atraídas pelas as pombas - e elas são bonitas mesmo -, mas elas são danosas, elas não fazem bem. Como eu disse, é um alerta, é uma conscientização para a maioria das pessoas: são animais perigosos que não fazem bem para o ambiente urbano, nem para o ambiente humano.

O Ver. Todeschini vai pedir adiamento da discussão do Projeto. Nós estamos dispostos a discutir com a comunidade, que vê um problema, que traz para esta Casa e que acredita que esta Casa tem a função de resolver os problemas da Cidade - e esta Casa tem que dar uma resposta a esse caso. Então, quero pedir respeito ao Ver. Todeschini, a todos os Vereadores desta Casa, e respeito, sobretudo, à comunidade de Porto Alegre. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Verª Margarete Moraes.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para discutir o PLL nº 125/08.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, eu não vou usar o tempo de cinco minutos, mas, quando a comunidade está presente, nós temos que responder de pronto. Os nossos amigos da Praça Argentina estão preocupados com o fato - que repercute em toda a cidade de Porto Alegre -, que está sendo discutido neste Projeto do Ver. Todeschini. O Projeto, entre outras coisas, proíbe a criação. Eu já não concordo com isso. Eu entendo perfeitamente a preocupação dos amigos da Praça Argentina, que querem encaminhar à Saúde Pública, pelo que as pombas podem causar. Agora, se elas não são daqui, ou se são lá de fora, o importante é que elas estão aqui, nós não podemos comprar uma passagem para cada uma e as mandar de volta. Elas já estão aqui. E não podemos também determinar que cada um faça uma funda e atire nas pombinhas.

Quanto à criação, eu já não concordo, pelo seguinte: eu fui umbandista, e a gente usa, sim, a pomba. Eu acho que quem é da religião, Todeschini, pode, sim, criar a pomba para aquela finalidade, dentro da sua casa, ali no galinheiro, mantido bem limpo, porque daí o seu Projeto vai atingindo as condições de votarmos, com certeza, para a sua aprovação. Mas aqui diz o seguinte: “Estabelece penalidades para o seu descumprimento.” Aí a Vó Zica, que mora ali perto da Praça da Matriz, o lazer dela é sair à tarde e jogar um milho para as pombas. Aí nós vamos multar a Dona Zica? De que jeito? Vamos chegar lá e dizer: “A senhora está em cana!” Não, eu não sei. A finalidade do Projeto é excelente, só que nós precisamos arredondar algumas coisas, para que realmente a gente possa aprová-lo. Porque é duro, a gente já não pode fumar, não pode beber, não pode fazer manifestação pública e agora também não vamos poder dar comida às pombas? Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Requeiro que seja adiada por três Sessões a discussão do PLL nº 125/08, para que sugestões possam vir a incorporar o Projeto, porque o objetivo é produzir um aperfeiçoamento e uma resposta àqueles que estão sofrendo com essa questão. Obrigado, Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Por gentileza, faça por escrito à Mesa.

Em votação o Requerimento do Ver. Carlos Todeschini, que solicita o adiamento da discussão do PLL nº 125/08 por três Sessões. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 7479/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 237/07, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que institui a Semana Cultural das Bandas Marciais, a ser realizada anualmente, na quarta semana de novembro, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre, e dá outras providências. Com Emendas nos 01 e 02 ao Projeto. Com Substitutivo nº 01. Com Emendas nos 02 e 03 ao Substitutivo nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nilo Santos: pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e das Emendas nos01 e 02 ao Projeto e pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Substitutivo nº 01 e das Emendas nos 02 e 03 ao Substitutivo nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Substitutivo nº 01 e das Emendas nos 02 e 03 ao Substitutivo nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Substitutivo nº 01 e das Emendas nos 02 e 03 ao Substitutivonº 01.

 

Observações:

- retirada a Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01;

- prejudicada a votação do Projeto e das Emendas nos 01 e 02 ao Projeto, nos termos do art. 56 do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 05-11-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Em discussão o PLL nº 237/07, com as Emendas nºs 01 e 02 ao Projeto. Com Substitutivo nº 01. Com Emendas nºs 02 e 03 ao Substitutivo nº 01. (Pausa.)

 

 O SR. NEREU D'AVILA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Solicito abertura do painel eletrônico para a verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Nereu D'Avila. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Há quatorze Vereadores presentes. Está encerrada a Ordem do Dia.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu tenho ouvido outras vezes o pedido de verificação de quórum. Como nós estamos na discussão do Projeto, não estamos na votação, e como temos quatorze presenças, temos quórum para a discussão. Eu vejo que V. Exª estava encerrando a Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Baseei-me na informação de que o Ver. Ismael Heinen, propositor do Projeto, abriria mão da discussão, preferindo reiniciar o debate em outra Sessão.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Eu é que agradeço. Foi perfeita a sua observação.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 8322/07 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 286/07, de autoria dos Vereadores Maria Luiza e Dr. Goulart, que estabelece a realização de exame de controle da anemia falciforme e de outras hemoglobinopatias em recém-nascidos, por meio da técnica conhecida como “Teste do Pezinho”, nas maternidades e nos hospitais públicos ou conveniados com o Sistema Único de Saúde – SUS – no Município de Porto Alegre, revoga a Lei nº 8.653, de 6 de dezembro de 2000, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 4834/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 201/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que acrescenta Capítulo VI-A e altera o Capítulo VII, ambos na Lei nº 8.133, de 12 de janeiro de 1998 – que dispõe sobre o Sistema de Transporte e Circulação no Município de Porto Alegre, adequando a legislação municipal à federal, em especial, ao Código de Trânsito Brasileiro e dá outras providências –, alterada pela Lei nº 8.323, de 7 de julho de 1999, dispondo sobre a prestação dos serviços de transporte fretado.

 

PROC. Nº 5926/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 241/08, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que denomina Rua Nevani Bárbara Coelho o logradouro não-cadastrado, conhecido como Beco Dois B – Vila Asa Branca –, localizado no Bairro Sarandi.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4677/08 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 015/08, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que acrescenta inc. XXV no art. 70 da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973 – que institui e disciplina os tributos de competência do Município –, e alterações posteriores, isentando do pagamento do Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana, sob as condições que determina, proprietário de imóvel cuja área tenha sido reduzida em função da instalação de coletor de fundos. Com Emenda nº 01.

 

PROC. Nº 5727/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 234/08, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que inclui o § 3º no art. 3º da Lei nº 10.260, de 28 de setembro de 2007, assegurando ao usuário do estacionamento temporário remunerado, em vias e logradouros públicos de uso comum, o direito de receber, em 2 (duas) vias, o comprovante da retribuição pecuniária devida.

 

PROC. Nº 5831/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 239/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Rudy Thomaz Bolognesi o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 7026 – Loteamento Moradas do Sul.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.

Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h04min.)

 

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